sábado, abril 11, 2009

Renovação na UPA-LA (The Lightning)

No inicio ano de 2008 a UPA-LA conheceu sangue novo.
Foi eleita uma lista, que não continha elementos comuns aos das listas passadas.
Essa lista de AA nem sabia ao que ia.
Depois da queda da anterior direção, muito trabalho haveria a fazer.
A anterior direção tinha cometidos umas diabruras, coisas sem nexo, contratos assinadas por uns e que outros diziam que não sabiam, enfim, um sem número de parvoices.
O Presidente anterior, um homem fraco e acossado, havia sido manipulado por um seu amigo de confiança, antigo dono da UPA-LA e que respondia apenas pelo nome de Lone Ranger.
Esse Antigo dono, em conjunto com outros donos, tinham feito cair a direção ao coberto de várias mentiras e chegava ao ponto de expulsar AA das "Suas Assembleias" quando não concordavam com ele.
Corria entre os AA que seria mais barato à CACA OI pagar a alguêm para fazer ruir o trabalho, do que ter que negociar com gente que sabia da poda.
É que a UPA-LA em 10 anos de gestão dos antigos donos, nunca tinha conseguido um aumento aos seus sócios, pois à frente das negociações ia sempre rapaziada muito boa nos ADFs, no surf e no alpinismos, mas sem queda nenhuma para os números.
Mesmo quando as melhorias estiveram pra acontecer, várias traquinices foram feitas e conseguiram voltar atrás na coisa, tendo deitado por terra um trabalho enorme já desenvolvido.
Que não era altura certa diziam eles, que um dia haveria de ser.
Ninguêm entendia o porquê de grandes sindicalistas de outrora estarem agora tão mansos e entendendo tão bem o ponto de vista empresarial.
Socorriam-se de mentiras muito repetidas, para levar a sua avante e lá foram conseguindo, de modo que quando a eleição não correu como previsto a guerra surda instalou-se.
A lista vencedora era liderada por rapaz com dom da palavra e honesto, qualidades que juntas eram uma novidade na história recente da UPA-LA.
Queria cortar a direito e assim, rodeou se de alguns directores, uns com menos oratória, outros com mais, mas todos eles partilhando a mesma linha e a mesma honestidade.
À frente das finanças estava um rapaz com cara de poucos amigos, mas que fazia as contas como ninguêm.
Socorreu-se igualmente de um assessor externo, um AA com queda para os dinheiros e negociações.
Aqui é que a coisa azedou ainda mais.
Ora já não bastava terem tirado o brinquedo aos antigos donos, ainda por cima iam buscar esse assessor, um AA proscrito, um malandro, um vigarista.
Pois é, mas parece hoje que a história não era bem assim.
Os antigos donos tanto repetiram a mentira que ela passou a ser verdade e agora as coisas começavam a vir ao de cima.
A posição era confortavel, se as coisas corressem bem, ninguem se importaria com mais nada no calor dos festejos, se corressem mal, haveria de vir o "estão a ver quem sabia, eu avisei".
Tudo isto demonstrava a quem quisesse ver a grande falta de honestidade intelectual para com os seus pares.
A primeira negociação foi o chamado Decreto lei "velhotes" que consistia em fazer os AA voarem mais pelo mesmo dinheiro.
Uma inevitabilidade que era aceite por todos, como sem retorno.
Nada havia a fazer diziam os AA mais velhos, aceitando tudo com resignação, que era o curso do mundo e que a aviação estava diferente diziam eles.
O que é certo é que lá se mandou o tal do assessor pra refrega e mudou o decreto a favor dos AA.
Voariam sim, mas com muito melhores condições.
Mesmo assim, alguns AA, esquecendo rapidamente o passado recente, ainda gritavam nas assembléias e a plenos pulmões que nada tinha sido feito, que enquanto não visse preto no branco, era zero.
Aquilo que antes era uma inevitabilidade, agora que estava no bom caminho, de repente era pouco.
As vozes de burro nunca chegaram ao céu e as destes AA não chegariam igualmente.
Mas havia mais...
Pelo meio havia um rapaz AA AA, que não parava de importunar a recem eleita direção.
Bipolar, este AA AA não descansava enquanto não punha a engrenagem a abrandar.
Mails às 4 da manhã e discursos inflamados era o normal para ele.
Testa de ferro do AA Lone Ranger, tudo fazia pra mostrar trabalho ao seu mentor, embora muitas vezes apenas mostrasse simplicidade de pensamento.
O Lone Ranger era um mestre da manipulação de modo que havia que dar o desconto.
O assessor financeiro continuava o seu trabalho, era um homem complicado é certo mas muito esperto e que pensava sempre à frente, mas a juntar a isto tinha duas qualidades, não era desonesto para com os seus pares, todos sabiam como ele era, e não seria comprado pela CACA OI.
Já entre os apoiantes dos antigos donos, aqueles que ainda pertenciam à camionagem ligeira, foram os que mostraram a verdadeira face, ao boicotarem uma acção de protesto da Viriato Airlines agendada faz muito tempo.
Alguns houve que abdicaram do seu tempo de fim de semana em família, para que os seus companheiros da Viriato não conseguissem alcançar o que procuravam.
Assim se consegue rapidamente fazer a leitura de quem é quem.
Com actos se desmontam as mentiras.
Vamos acreditar que sim. O Autor acredita.

Viriato Airlines

A Viriato Airlines era uma pequena companhia regional, formada nos anos 90 e que operava com camionetes um pouco desactualizadas.
Formada a partir das vontades de vários AA, muitos deles oriundos das ex-colónias, era conhecida pelo mau ambiente reinante entre os AA com secretárias e os AA sem.
Os AA com secretárias vestiam a camisola da empresa e geriam a operação, quanto aos segundos, uns bandalhos da pior espécie, tudo faziam para que as coisas corressem mal.
Trabalhavam horas a mais, pondo em risco a segurança, alimentavam-se mal com as ajudas de custo que lhes eram pagas para terem pior figura, dormiam pouco durante o mês de trabalho, pois insistiam em fazer Splits, enfim, uma avalanche de tropelias.
Tudo isto era feito apenas e só com o intuito de denegrir a Viriato.
Por esta razão, foi formada dentro da empresa a Esquadrilha Africana, que consistia numa troupe de rapazes, lideradas por um homem frio e insensivel que respondia apenas pelo nome de RC.
Esta esquadrilha serviria para manter a ordem vigente e endurecia a cada ano.
RC, à semelhança daquele baixote coreano, era o Grande Líder e fez-se rodear de outros AA que gostavam igualmente de ter Secretárias e que tudo faziam para as manter, nunca contrariando uma ordem.
Os AA sem secretária, viviam uma vida triste.
Se queriam ir de férias, tinham que ir pedir a aprovação ao grande RC.
Se queriam bilhetes, a mesma coisa, que isto de dar facilidades de passagens é coisa que já não se usa.
Quanto aos novos AA que entravam, já sabiam a quem deviam essa sorte, pois a todos era dito na entrevista com o Grande Líder que embora os testes estivessem fraquinhos, ele como Grande e magnanimo que era, ia dar aquela mãozinha.
Ser sócio da UPA-LA era visto como um pecado capital e fortemente desencorajado.
Se a UPA-LA decretasse um dia de relax, aos aderentes seriam sempre aplicadas sanções e a sua promoção a Condutor principal estava irremediavelmente perdida.
A historia tomou o seu rumo e a Viriato foi comprada pela CACA OI.
Uma compra nunca entendida por alguns uma vez que se falava que a Viriato estava falida e que era o banco seu detentor que se quereria ver livre daquilo, mas obviamente que não passava de má-lingua.
Os AA da Viriato, eses encheram-se de felicidade e sabiam que seria uma questão de tempo até estarem em igualdade com a CACA OI, pois os dirigentes encontrariam a fórmula para que tal viesse a acontecer.
E o pior é que encontraram.

sexta-feira, abril 10, 2009

The Royal Military College

O RMC (Royal Military College) era uma instituição secular e desde há muito dedicada à formação castrense da meninada.
Por lá passavam os filhos de grandes lutadores da pátria, na tentativa de formar, muitas vezes em vão, adultos justos, honestos, sábios e honrados.
Os laços de amizade que se criavam entre os pupilos eram fortes, duradouros, para a vida.
A partilha de segredos na noite profunda das camaratas deixava marcas impressas na alma, marcas essas que se perpetuavam pela vida adulta.
Assim, tal como uma maçonaria de fim de semana, os irmãos de outrora, continuavam a amparar-se perante as adversidades futuras.
E assim aconteceu na LAPPA (Linhas Aéreas Portuguesas & Pilot Association)
O próprio nome tinha mais 2 significados para alem do inicial.
O primeiro, referente ao bivalve que se prende às rochas e que alem de invertebrado, não desgruda nem por nada e que fazia lembrar alguns dirigentes da dita associação.
O segundo, invocativo do desejo reprimido do seu presidente em ter nascido no dito bairro da capital.
A LAPPA funcionava a par com a UPA-LA e nas mesma instalações.
Embora sem meios financeiros que a permitissem sobreviver sozinha, dava se ao luxo de viver acima das suas possibilidades sempre confiante e sem olhar a excessos.
Os seus colaboradores eram enviados a congressos de extrema importância, normalmente em países floridos e quentes, ficando hospedados nos melhores hotéis da região e usufruindo de todas as regalias que só o dinheiro dos outros pode proporcionar.
O seu presidente, homem visionário e discreto, dirigia a LAPPA com um sorriso e uma amabilidade contagiante.
Também ele proveniente do RMC, era filho de um Conde Português e uma Baronesa Suíça.
Por força da discrição não usava o titulo que lhe cabia, de Conde Barão, mas apesar disso todos prestavam a devida vassalagem, pois viam no homem o bom senso, o aprumo, a finesse, enfim, o esmero na educação que apenas aos titulares está reservado.
Repetente no cargo, rodeou se de alguns irmão do RMC, bem como de outros que procuravam o bem servir como fio condutor das suas vidas aeronáuticas.
A vida corria lhe bem, morava numa vila perto da capital, onde se passeava regularmente de cabelos ao vento, no seu carro, por vezes acompanhado de motorista, devido a um pequeno diferendo com as autoridades sobre a calibragem das maquinas de "sopro"
A relação da sua instituição com a UPA-LA sempre tinha sido a melhor, fruto dos anos passados entre beliches do RMC.
A direcção das duas instituições viviam em plena harmonia, com objectivos comuns entre elas e visões em tudo semelhantes.
Enquanto nada mudasse, todos falariam a uma só voz, não importando que para isso se tivesse que condicionar assembleias, votações e o que houvesse, tudo pelo bem comum.
Os anos passavam e as caras não mudavam, apenas havendo rotação dos cargos, o que obviamente transmitia aos AA aquele conforto que só tem quem sabe que está em boas mãos, pois conta com dirigentes, que abdicavam do seu precioso tempo familiar, da sua qualidade de vida e do seu descanso, em prol duma classe, classe essa por vezes mal agradecida.
Com dirigentes assim, era óbvio que todos podíamos dormir descansados.
E assim o fizemos.

A Yuppi

A Yuppi (Yankee United Pro Pilot Intl) era uma companhia criada não há muitos anos num arquipélago de ilhas a meio do oceano.
O nome inglês derivava do facto da sua proximidade com o país de JFK, bem como do ambiente laboral e sistema remuneratótrio dos condutores das camionetas.
Inicialmente criada como um capricho do governo local, rapidamente soube levar a carta a Garcia.
Remodelou a frota das camionetas, explorou estradas que outrora pertenciam à CACA OI e devagarinho lá foi construindo a sua imagem.
Os condutores que lá trabalhavam eram na sua grande maioria oriundos das Forças Militares, inclusive os chefes de departamentos das camionetas.
Não se sabe bem como, mas parece que o ambiente era tal, que os chefes dos departamentos, não se esqueciam que tambêm eles eram condutores de camionetas e o ambiente era de sã camaradagem.
Tudo era gerido numa óptica de base militar mas com proveitos para todos, Gestores e condutores.
Alguns condutores que tinham migrado para a CACA OI muito arrependidos deviam estar.
Na YUPPI havia menos carga horária, os chefes defendiam os condutores quando alguêm dava um toque com uma camioneta e para espanto geral tinham agora um AC (Acordo Cavalheiros) em que as regras eram definidas e a qualidade de vida melhorava.
Com tudo isto, obviamente que o espirito de missão, outrora patente na CACA OI, se sentia hoje na YUPPI.
Ainda por cima ganhavam mais.
A vida sorria na YUPPI

terça-feira, abril 07, 2009

O Tribunal do Santo Ofício

Chegados ao ano da graça de 2008, eis que devagar e sem razão aparente os casos de indisciplina começam a suceder.
Ninguém encontrava explicação para tal fenómeno.
Os AA que outrora eram exemplo de boa educação e dedicação à causa, mostravam agora comportamentos indignos.
Uns até insistiam que as camionetas tinham que andar com mais diesel do que aquele determinado pelas altas instâncias. Uma vergonha.
O preço do barril estava caríssimo e com a matéria prima a bater nos 150 não havia muita discussão.
Como tudo que sobe desce, lá veio o barril aos trambolhões, mas o que está dito está dito e vai de andar na reserva que isto não está bom de finanças.
Os casos mais graves ainda estavam por vir.
Um dia um rapaz de ascendência nórdica, filho de pais suecos, vai que teima de não sair com a camioneta.
Diz que não pagaram o seguro e se a BT o pára é o cabo dos trabalhos.
Afinal o seguro estava pago, era aquela velha máxima "the check is in the mail", neste caso aplicado ao recibo.
Excesso de zelo acusam uns, má decisão dirão outros.
Pelo sim pelo não, aplicou-se a pena máxima, mandou-se afixar em edital, para os que vêm a seguir ficarem enquadrados.
Enquanto isto acontecia, outro AA, neto em 3º grau do Major Alvega e benfiquista de coração, lembra-se que o treino poderia estar a decorrer e passa pelo estádio, para observação atenta das novas contratações.
Mas levou a camioneta.......
Os tacógrafos não mentem e monitorizam tudo.
Sr. Condutor apresente-se, mostre-me os documentos que o certificam para a prática da acrobacia e só um bocadinho que a porrada já vem.
Outros houve de menor importância, tal como aquele rapaz, também ele neto em 3º grau dum xamã poderoso da tribo guarani e que insistia que as camionetas andavam a uma velocidade excessiva. Havia que mudar isso, pois todos sabemos que uma das principais causas de morte é o excesso de velocidade.
Era zeloso o moço, embora não entendido pelos seus pares, mas os génios são mesmo assim.
Ninguém se esqueça que Mozart morreu na miséria e incompreendido à época.
E de música sabia o nosso amigo AA.
Não fosse a abundância de espaço, nem sequer valeria a pena referir o caso mais simples e de mais fácil resolução.
A historia resume-se a duas coisas sem importância e que mostram bem a diferença entre os grandes pecados e as tropelias de trazer por casa.
Este rapaz, filho de boas famílias não tinha especial apreço por conversa fiada.
Aquilo que dizia, dizia uma vez, se não o queriam ouvir não era problema dele.
Em criança sempre tinha sido assim, não era agora que iria mudar.
Além do mais com um curso de fim de semana de iniciação ao voo orbital tirado na Florida, sentia se aprisionado pelos limites da gravidade terrena.
Tal como os pássaros, também ele queria sentir a sensação de ser livre.
Queria voar mais alto, sempre mais alto. Desse por onde desse.
E assim o fez, ultrapassou todos os limites, sentindo o vento nas faces, cabelo solto, olhar traquina, sorriso de menino e quando da central o chamavam pelo rádio, ignorava, pois a sensação de liberdade era boa demais.
O nirvana estava alcançado.
A BT detectou as falhas bem como a central de rádio.
Comunicados os problemas às altas instâncias dirigentes, rapidamente se conclui que a maldade não era o seu mote, ao contrário dos casos anteriores em que as artes do demo se encontravam em cada gesto e em cada acto.
Assim sendo, aplicou-se a pena apropriada e até excessiva na óptica de alguns.
Turno da noite durante uns tempos, sempre acompanhado de AA mais zeloso, não vá a noite ser má conselheira.
Estava feito o enquadramento e tudo ficaria por aqui, não fosse o chefe do departamento das camionetas ligeiras ter sentido que o enquadramento estava mal feito.
Dito isto e seguidor da velha, porém em desuso, máxima “ou há moral ou comem todos”, não logrou os seus intentos e a moral caiu por terra.
Um homem sério diziam uns.
Um homem ultrapassado e pouco visionário diziam outros.
A vida das camionetas é dinâmica, há que seguir em frente.
E assim foi.....

O Fim da Comissão de Serviço

Azedava a coisa na YES WEEKEND.
Lutas internas e o chafurdanço total
Regalias desajustadas à actividade de baixo custo gritavam os gestores, más praticas replicavam os AA. Ninguém se entendia.
Ao mau ambiente empresarial, juntava-se a desestruturação familiar que ia corrompendo os lares outrora felizes dos AA.
As esposas cada vez mais sozinhas não entendiam o distanciamento a que iam sendo votadas.
As temporadas ao sol eram longas e o álcool não ajuda ao discernimento, ali era só mimos, em casa, meu Deus que os miúdos não param, contas pra pagar, as compras no Pingo Doce e aquela vida chata, chata, chata.
Quais peças de dominó, iam caindo inebriados ao sabor da rumba e da tequilla.
Ainda se pensou que tal acontecesse por artes negras, macumba ou seus derivados, mas no fim a conclusão foi certeira. As causas eram terrenas e bem deste mundo.
Com a confusão instalada, Camionetas avariadas e o bom nome por um fio não restou outra solução aos dirigentes da CACA OI senão a chamada à base dos AA em destacamento.
Voltaram mas vinham danados.
Como se iriam enquadrar nesta vida normal, sem glamour era a questão.
Além do mais uns havia que vinham mudados.
Talvez pelo calor, talvez pelo convívio, a cabeça era outra, as roupas que agora envergavam eram diferentes, havia cor, alegria, fios de cabedal ao pescoço, pulseiras mil, calças rasgadas ao milímetro e camisas incrustadas de motivos tribais.
Modernaços e com pinta, como se enquadrariam na vida cinzenta da CACA OI.
Não havia maneira de modo que para o bem geral tratou-se de mandar a rapaziada para o departamento das 18 rodas pois assim a calma voltaria a reinar.
Não contando com a paz social ganhou-se igualmente em sobriedade, pois o laranja é realmente uma cor de verão.....

UPA-LA

Durante os primeiros anos do novo milénio, a situação na CACA OI mantinha-se estável.
Aumentos eram miragem, regalias continuavam iguais as da década passada mas tal como avisados pela gestão guarani, nada de ondas que assim que isto der, mata se o porco e a distribuição das febras será de modo justo e equitativo.
O bacon chegaria, era a promessa.
Os altos dirigentes da UPA-LA, que de inicio se opunham com grande veemência à tribo dirigente, aos poucos iam amaciando.
Não havia condições pra mais transmitiam eles aos outros, e antes aqui pobrezinho e humilde que nas arábias de turbante ao pescoço, sem pastéis de nata nem bacalhau.
Além do mais, para os altos dirigentes da UPA-LA a passagem para voos mais altos estava à vista e a ida para a camionagem pesada, aquela de 18 rodas e 2 atrelados, era uma questão de tempo. E tempo é o que não iria faltar aquando da chegada às 18 rodas.
Os planos já se traçavam e cada um tinha o seu.
Uns admiravam os grandes corredores de fundo kenianos, outros eram fãs incondicionais dos sherpas nepalases e outros queriam mesmo era mais tempo em terras de vera cruz no calor quentinho da simpatia indígena.
Por todas as razões e mais algumas, havia que manter a rapaziada sócia da UPA-LA em transe constante, sem levantar ondas.
Injecções de xanax em doses maciças era o requerido.
Causas aglutinadoras de vital importância para a classe era a estratégia.
Um dos pontos altos passaria pela libertação do cárcere de um rapaz simpático, condutor de uma mini van que transportando uma carga perigosa foi cair nas malhas da justiça de um ditador recém chegado.
Moveu-se o mundo e o rapaz regressou, em ombros como se queria, abrindo telejornais.
Assim se passava mais uma vez a mensagem, estamos cá pra voçes.
O rapaz esse, seria a bandeira durante algum tempo.
Como em tudo há sempre mal intencionados, houve logo quem tentasse a correlação entre a descoberta da tal carga perigosa na mini van e a queda em desgraça duma companhia sua associada, uma tal de CHAMUX, mas nada ficou provado e a historia terminou por ali mesmo.
Entretanto as direcções da UPA-LA, iam-se sucedendo, democraticamente eleitas como mandam as regras, mas lembrando por vezes os sistemas monárquicos de sucessão.
Democracia sim, mas com cuidadinho que isto há que manter a coisa em lume brando e ainda aparece aqui algum maluco que deita tudo a perder.
E tal como outrora se cantava, a massa associativa lá ia cantando e rindo, levados levados sim...

segunda-feira, abril 06, 2009

YES WEEKEND

Os condutores da CACA OI andavam contentes.
Tinha sido criada a YES WEEKEND uma companhia de baixo custo que passaria a levar felizes veraneantes para as praias de Fidel (que é preciso lá ir antes que os Americanos estraguem tudo), Brasil e outros destinos caribenhos.
Após grandes negociações os condutores da CACA OI iriam ser deslocados para a YES WEEKEND, em comissões de serviço, mantendo todas as regalias da CACA OI e auferindo do plus que seria o são convívio com miudagem mais nova, gente com outra cabeça e outro estar, não fossem elas filhas da revolução. E tão louras..
Eles lá foram de armas e bagagens à conquista do novo mundo e teve início a operação de verão.
E assim em pouco tempo, não havia praia caribenha que não estivesse inflacionada.
Veraneantes e tripulantes, lado a lado, deliciavam-se com os preços baixos (inicialmente) e a simpatia dos autóctones.
A vida corria bem, uma semana aqui, outra ali, bons hotéis.
A comida e a bebida corriam fartas.
Os Audazes Aviadores (doravante designados por AA), andavam felizes,além do bronze constante, uns tinham finalmente cargos dirigentes e uma secretária de 4 pernas (Ambição máxima de qualquer AA) e outros riam muito, pois tinham conseguido a promoção para o lugar da esquerda mais cedo, através de um processo não claro até hoje, que favorecia os funcionários e amigos da direcção da UPA-LA (União dos Pilotos Amigos das Linhas Aéreas)
Montadela, gritavam os não contemplados que nisto das progressões não se pode agradar a todos e a inveja é a palavra de ordem.
E o povo lá ia cantando e rindo.....

PS. Como é do conhecimento público o actual Presidente dos USA baseou se no nome da citada companhia aérea para a criação do seu slogan de campanha

A Expansão

A CACA OI expandia a olhos vistos, apesar dos cuidados e avisos os tempos eram de alguma fartura.
A Chocolat Air já lá ia, operando agora cabisbaixa e com a simpática designação de Choco, mas a CACA OI continuava a cruzar as estradas, apitando e fazendo caretas aos seus outrora quase coveiros.
Os salários esses continuavam iguais pois mais vale algum que nenhum e a Choco era um exemplo vivo de como se pode ficar pior.
Este assim sempre ia dando pros plasmas e BMs.......
Com camionetes novas a chegar, houve a necessidade óbvia de contratação de rapaziada que as bandejas não têm vida própria e aquilo ainda não se conduz sozinho.
O mercado de saturado passou a escasso e aliado à pouca experiência de bandejas e ADFs veio também o fruto de uma politica educativa "diferente".
O país em que a CACA OI operava, tinha saído duma revolução havia alguns anos mas nesse período ninguém teve mão em nada, vai daí que os moços e moças achavam se no direito de tudo, cheios de vontades e quereres.
Obrigações poucas, que os paizinhos tiveram que trabalhar pro Opel e a TV foi a minha melhor amiga.
Assim veio gente de todo o lado, uns Mieux, outros Pieux.
Quando passavam a barreira linguística, deparavam se com a psicóloga assassina que de sobrancelhas carregadas lá ia lerpando alguns.
Uns foram, outros ficaram e a expansão continuava.

A Era do Guaraná

A vida corria sem grandes sobressaltos para os lados da Companhia Aérea Civil de Aviação (C.A.C.A), todos eram felizes à sua maneira.
Os ultimos anos tinham sido de crescimento e a CACA voava alto.
Longe iam os tempos da tentativa de fusão com a Chocolat Air, fusão essa abortada, qual 340 no Funchal.
Full reverse na coisa, que a pista é curta. Não ia dando mas deu.
A Chocolat Air foi pro buraco, safou-se CACA e a vida entrou num cruzeiro lento mas bonito.
Os gestores, uma rapaziada que tinha aportado em Lisboa com a missão de fundir a CACA com a Chocolat, passaram a ter o objectivo de a levantar e preparar o futuro dentro duma "aliança estratégica".
Uma vez que traziam o selo de independência face aos poderes politicos vigentes, como primeira medida comercial de impacto começaram por mudar o nome à coisa e assim nasceu a CACA OI (Companhia Aérea Civil de Aviação Organizada Independente).
Cheios de saber de obra feito, lá foram explicando às massas que a coisa tinha de ser devagar, sem sobressaltos, sem as manias de grandeza de outrora, que os tempos eram outros.
Acabou se a mama era a palavra de ordem.
A manada ordeira lá foi anuindo, que mais vale uns aviões no ar que a frota toda em terra.
E assim teve inicío a CACA OI...........

O Começo

Este blog é uma obra de ficção e a cronologia usada será a que melhor servir os interesses do Autor.
Qualquer coincidência entre os personagens aqui retratados e a realidade será pura semelhança.
Iremos de uma forma fantasiosa retratar a vida de um grupo de audazes camionistas no seu dia a dia.
Seus medos, suas vidas, seus amores, seus dirigentes e suas desgraças.
Haverá sangue suor e lágrimas e no fim vencerão os melhores. Ou talvez não.........
Por isso fasten your seat belt and enjoy the ride