terça-feira, março 30, 2010

Mais um Esclarecimento

Amigos Ouvintes
Recebi algumas ameaças em que querem tentar fechar este blog.
A razão dizem, é o teor de alguns comentários aos textos.
Dizem que não gostam.
Coisas da Democracia.
Eu quando não gosto, ponho de lado e passo à sobremesa...
Como todos sabem este blog é pura ficção, tal como ficção devem ser os conceitos de livre expressão para alguns dos nossos leitores.
Lá está, só funciona a livre expressão quando é a nosso favor, quando é contra, ai meus Deus que é o fim dos tempos que se avizinha.
Talvez devido à pressão das próximas semanas, talvez devido a valores mais altos, sei que vão tentar.
Vai uma apostinha?

segunda-feira, março 29, 2010

Resultado da Votação

Amigos Condutores, terminou hoje a primeira votação levada a cabo neste espaço.
Mostrando que a Democracia fala mais alto, demos um sinal de esperança às gerações futuras.
Sem mais delongas, cabe-nos transmitir que à pergunta, "As Histórias e Personagens poderiam ser reais?", a opção vencedora por maioria de 51% foi.......
SIM CROMOS EXISTEM.
A opção "Talvez no Burkina Fasso" grande aposta deste blog, saiu derrotada, relegada para um reles terceiro lugar com apenas 13%.
É a Democracia em acção e contra isso, Batatas.
Sai nova votação já a seguir.
Até já.

A 27ª Divisão Aerotransportada – O Inicio

A Saga Star Wars teve inicio no episódio IV e só mais tarde se explica o início da coisa.
Durante anos todos cogitámos como teria sido.
A vida da camionagem tem por vezes contornos de guerras Jedi, de modo que para entendermos melhor o presente, nada como dar um saltinho atrás e revisitar o passado.
Embarquemos então na cápsula do tempo especialmente construída para o efeito, (lembram-se do DeLorean) e qual George Lucas da camionagem, vamos todos recuar, recuar, recuar.
Dentro de momentos os ponteiros dos vossos relógios, começarão a girar counterclockwise e os acontecimentos que antecederam “A Noite das Facas Longas” serão desvendados.
Music Maestro, and it goes like this.
A long time ago in a galaxy far far away...iniciou-se na Camionagem regular a 27ª Divisão Aerotransportada, Aka 27ªDA
Grupo temerário, trucidavam tudo no seu caminho.
Rapaziada audaz e ambiciosa, tinham firmado em tempos antigos um acordo entre eles, com contornos de fraternidade secreta.
Skull and Bones da camionagem.
Haveriam de um dia no futuro dominar todas as aéreas da CACA.
A sua união vinha de longe, forjada nas trincheiras de vidas passadas, alguns com alma castrense, outros nem tanto.
O que importava era o espírito comum que tinham desenvolvido ao ingressar na 27ªDA.
Como em todas as associações, um fardo existia, feio, a afugentar possíveis apoios futuros.
Para o bem comum, vai de prontamente o extirpar do grupo, facto que apenas contribuiu para a solidificação e espírito de corpo dos que ficaram.
A mais valia do cancro é mesmo a agregação dos restantes e não é a toa que todos os grupos têm um.
Delinearam então as regras e o plano de assalto ao poder.
Seria uma coisa a longo prazo.
Sabiam que para chegar ao que almejavam, teriam de fazer alianças.
Alianças com gente de outras DA.
Teriam de ser escolhidos a dedo, pois nunca era a mesma coisa.
Identificaram-se as possíveis alianças e refez-se o plano.
Mais abrangente, mais sério, mais metódico.
Teriam de estar presentes em todos os sectores da vida dos camionistas.
Na CACA, na UPA, no ensino da Condução.
Assim ganhariam em todas as frentes e uns ajudariam os outros.
É sempre mais fácil seguir as regras e a moral impostas por nós próprios.
Na primeira fase ganhariam a confiança da rapaziada através da UPA pois era onde conseguiriam entrar primeiro.
Como o fariam era a questão.
Começariam pelo apelo à unidade e pelo corte com o establishment.
Mas quem poderia ter essa voz de apelo, essa penetração?
Nada melhor que alguém forjado nas noites longas de inspiração, para liderar essa unidade.
...De tu querida presencia comandante Ghe guevara...Cantava-se à viola.
Apareceria como um corajoso, um bravo, um destemido, um líder, pois à altura dos acontecimentos era apenas Condutor-Ajudante.
A falar grosso para os Condutores-Principais de então, não tinha medo de nada, quantos são, quantos são?
Esquecia-se porém que a sua força advinha não da sua postura e tom de voz, mas do apoio que sentia quando olhava pra trás.
Assim se forjou a primeira aliança externa à 27ªDA e o Guevarista apareceu.
Surge como ponta de lança duma estratégia que incluía o controlo total de todos os pontos chaves.
Um plano a 15 anos, bem definido.
Infelizmente, na sua individualidade e cobiça, o nosso homem começa a olhar cada vez menos pra trás e a convencer-se que era ele e apenas ele o detentor da verdade absoluta.
Achava que a Plebe o seguiria pra sempre, No matter what.
Alguém já viu um forcado a ir à barbela sem os Ajudas?
Pois é, na sua grandeza o nosso Guevarista achou que não precisaria dos Ajudas e o jogo escondido iria aparecendo aos poucos.
Entretanto o xadrez alterava-se, com mudanças contínuas e jogos de poder.
O Capataz Grande, personagem astuto e muito inteligente, tentava o estabelecimento do seu quartel, correndo por fora, sem nunca deixar de ter debaixo de olho o Guevarista.
Tinha tido um contratempo, pois a sua Dulcineia teimava em inconfidências mil no espaço virtual.
Além disso a moça repassava aquelas informações confidenciais que apenas ao Capataz Grande diriam respeito.
Ui esse é tão fraquinho, ui aquele é um perigo e por aí fora.
O leito conjugal tem destas coisas e era mais uma vez, a velha teoria do mesmo sangue pra uma área maior de corpo...
Um Capataz, o da ligeira, já estava ao seu lado, embora parecessem cada vez mais isolados.
Esse Capataz, com objectivos bem definidos tinha sido a escolha do Capataz-Grande e sonhava mais alto, muito mais alto.
Apesar do sorriso fácil, era na verdade um potenciador de problemas e nos últimos tempos já se indispusera com uma mão cheia de Condutores.
Começava a vir ao de cima o que muitos sempre souberam, saber de 20 anos.
Conscientes da perda de popularidade, tinham ambos começado uma operação de charme.
Tarde, pensam alguns, mas nunca subestimem o poder e inteligência do Capataz Grande e do seu Fila.
Iriam tentar em todas as acções empurrar o ónus da culpa para o Capataz-Mor, que cairia e criaria o espaço necessário às tão almejadas subidas.
Ao Capataz-Mor, filtrariam e deturpariam a informação de modo a que as decisões tomadas por ele, parecessem estranhas aos Condutores.
É assim desde o inicio dos tempo e a expressão “Até tu Brutus” não surgiu por acaso.
O xadrez era de difícil percepção e incluía muita pontas soltas e muitas agendas próprias.
Por um lado os da 27ªDA já ocupavam vários postos chaves.
Tinham conseguido pôr um Capataz na Camionagem pesada.
Pessoa de trato fácil e boa interacção com os Condutores, aparecera num golpe de sorte, devido a doença prolongada do Capataz anterior.
Sorte? Talvez mas o pézinho já lá estava pois ocupava o posto de Capataz-Ajudante.
Coincidências...
Da 27ªDA havia igualmente o responsável máximo pela condução sincronizada.
Muitos não entendiam a escolha e carinhosamente apelidavam este nosso amigo de “O Jeitoso”, mas o que é certo é que a 27ªDA tinha ali outro representante. De pedra e cal.
Não nos podemos esquecer igualmente do chefe dos cursos de condução.
Rapaz simpático, sempre teve boa penetração entre os seus pares.
Muitos dos Condutores-Principais dos dias de hoje, basearam-se na sua cartilha para a subida desejada.
Cartilha não oficial, mas que dava um jeitão e como vinha de quem vinha, era comummente aceite como boa.
Qual livro vermelho de Mao seguiram à risca os seus ensinamentos e não se deram mal.
A sua última aventura tinha sido a elaboração de um curso de boas maneiras para Camionistas.
Estava a ser um sucesso de vendas.
A Plebe é rude mas não dorme e com tudo o que era mostrado, os níveis de confiança dos Condutores estavam a bater no fundo, bem fundo.
Entretanto, o Guevarista, parecia sozinho e andava cabisbaixo.
Puro engano.
Mantinha reuniões com a cúpula dirigente da CACA, e cobrava a divida passada.
Passo a explicar.
Houvera uns tempos em que a cúpula estaria mais desacreditada do que o normal e com um pé fora da CACA.
O bilhete de ida já estava decretado, mas eis que quando se procedia à emissão do mesmo, o nosso amigo Guevarista, fazendo jus às suas capacidades de liderança, conseguiu convencer os Condutores no apoio incondicional aos rapazes.
Afinal era tudo boa gente.
Os Condutores anuiuram na esperança vã de ver a coisa recompensada no futuro.
Os governantes da Pátria, não quiseram uma nova odisseia de confrontos com Condutores, mais explicações à populaça e alinharam pela não emissão do bilhete.
Ficou em Stand-by...
Era agora tempo de saldar a divida e a recompensa estava ali à mão, mas não seria para todos.
Teríamos que provocar a queda do Capataz-Mor, que qual tsunami arrastaria os outros.
Tempos novos viriam e o Guevarista subiria ao degrau máximo da coisa.
Mas o Capataz-Grande não dorme...
Pela frente somos amigos, por trás ninguém é confiável.
Com tudo isto somado e a intriga ao rubro, não deixem de ler o final possível desta saga intitulado:
Um rufo por favor..... “A noite das Facas Longas”.
May the Force Be With You Condutor Skywalker.

sábado, março 27, 2010

Agradecimento / Esclarecimento

O texto "A Noite das Facas Longas" foi até agora o texto com maior Feedback.
1500 Visitas em 3 dias. Não estava previsto.
Só temos que AGRADECER os inúmeros comentários e mensagens recebidas.
Sempre que quiserem deixar ideias para novos textos, não se inibam.
Duvido que venhamos a fazer um texto com tanta saída, mas por outro lado ha gente que não cessa de nos surpreender...
Por nós, Sempre que o mundo passar torto ao nosso lado, vamos dar-lhe um pontapé, não o iremos mudar mas pode ser que ele se endireite um pouco.
Vamos a isso.
Até já.

terça-feira, março 23, 2010

A Noite das Facas Longas

Devido ao complexo xadrez politico que se vivia na CACA, as emoções andavam ao rubro.
Corria a versão que os Capatazes não se entendiam.
Tinham estado todos presentes numa reunião importante da UPA e ficou claro que, quais passageiros de 2ª classe do Titanic, lutavam por um salva-vidas que os tirasse dele ou lhes desse mais um tempo de vida.
Conseguiram, tiraram pressão ao balão e uma calma aparente regressou.
Teriam mais cuidado no futuro, pois tinham percebido o seu crescente isolamento.
Quem não ficou contente foi o PM Guevarista.
Tinha planeado a sua ascensão a Capataz-Mor e estava negociada a sua aparição como salvador caso os Capatazes caíssem.
Ele seria o nome indicado para a sucessão, dando garantias à cúpula dirigente que começava a sentir a necessidade de ter um negociador hábil do seu lado.
Um que conseguisse ao menos rivalizar com os da UPA, e que ao mesmo tempo criasse menos desconfiança nos Condutores.
A UPA apercebeu-se disso. Era só ver.
Não seremos nós a ajudar à queda do Capataz e à ascensão deste.
Sabiam bem, pelo passado comum, que boa coisa não viria.
A agenda do PM era muito perigosa.
Pior que um Guevarista, é um Guevarista convertido. Sempre se soube.
Ultimamente andava empenhado, com jogadas de bastidores.
Aí se movia, ele que outrora sempre soubera dar a cara, agora qual sombra fortuita, ia movendo os seus peões.
Peões do seu jogo maior.
Tinha o aval da direcção da CACA e o tesouro estava mesmo ali.
Tão perto e tão longe.
Não, não seriam estes os obstáculos à sua subida.
Porém, para lograr os seus intentos um primeiro objectivo era primordial.
Os da UPA não podiam ter mais sucesso.
Custasse o que custasse teriam de sucumbir.
Isto já tinha ido longe de mais.
Primeiro tinha sido aquele acordo entre a Viriato e os seus Condutores.
Ora, se ele que tinha estado tanto tempo à frente da UPA, nunca tinha conseguido nada, eram agora estes rapazolas, muitos deles seus antigos pupilos que iriam conseguir.
Nã, nem pensar.
Pois é, mas os rapazolas lá tiraram o coelhito da cartola e sem macumbas nem galinhas pretas, toma lá um acordo.
Passam a andar melhor protegidos, dormem mais e Kuanzas em fartura.
Os da Viriato gostaram, mas o nosso amigo nem por isso.
1 a 0 pra UPA e a demonstração que não há impossíveis.
Isso ainda passou, a Viriato não tinha expressão.
A seguir foi pior.
Aquilo que ficou nos anais da história como o "Acordo Velhotes".
Tipo Porto Calém mas em dinheiro e massagens relaxantes.
Outra miragem que tomou vida.
Os anciãos passariam a ter direito a viver o bocadito que lhes restava com qualidade, depois de largarem a condução pesada.
A chamada velhice de qualidade seria uma realidade.
Isso aliado aos comprimidos milagrosos, seria sinónimo de boa disposição até aos 70, ou mais...
Assim já havia quem equacionasse a saída antes do tempo para ainda conseguir gozar um pouco antes da cova.
Mais uma impossibilidade caiu por terra e toma lá, 2 a 0 pra UPA.
Ai que raiva destes gajos.
Como todos sabemos um hat-trick pega mal, ainda mais quando é contra nós e a UPA estava à beirinha de o fazer.
Havia que jogar tudo à defesa.
Toque a reunir numa estalagem perto da capital, com convidado seleccionados.
Pessoal, é a hora do tudo ou nada.
Os malandros tem conseguido mostrar coisas nunca vistas, isto tem de acabar.
Temos que minar a coisa.
Mas por onde vamos pegar Amado Líder, perguntavam os seguidores.
Tive uma ideia genial, vamos pegar por este acordo, vamos dizer cobras e lagartos dele.
Chamem o Batráquio e ele que se atire às canelas dos tipos como se não houvesse amanhã, sim porque se continuamos assim, não vai haver mesmo, pelo menos pra nós.
Ele que escreva aquelas coisas complicadas e longas. E chatas.
Vamos pôr a rapaziada a desconfiar.
Mas não chegava.
Escolheu alguns emissários e mandou-os em missão secreta aos 4 cantos da CACA pesada.
Ide, Ide e trazei-me aliados, condutores que não gostem do Continhas, outros que não gostem do acordo, outros que não gostem dos da UPA, outros que não gostem de sol, outros que não gostem de.....e de.....
Não me interessam as razões, precisamos é de tropa.
A tropa apareceu, mas não era de elite.
Uns quantos, mal vestidos, mal amados, armas encravadas.
Eram alguns é certo, mas muitos feios e sem bases comuns a não ser o contrismo.
Um circo de horrores pegado.
O inimigo era um e estava marcado, havia que esquecer as pequenas refregas e fazer uma aliança temporária, uma santa aliança em nome de um bem maior.
O Deles.
Vamos encher a caixa de correio da UPA com propostas indecentes, diremos barbaridades sobre este acordo e de tanto o repetirmos, traremos aos poucos alguns para o nosso lado.
De alguns passaremos a muitos.
Acreditai, dizia ele com o olhar calmo que o caracterizava. Olhar calmo e olhos penetrantes.
Os convivas hipnotizados com as promessas de um poder a curto prazo ululavam à sua volta.
O plano era maquiavélico mas estava em marcha.
Nessa reunião de seleccionados outro problema foi abordado.
Chegou a altura amigos, não poderemos ter mais 2 anos afastados do poder.
Vejam bem o estrago que foi feito.
Que esta reunião seja o embrião de um novo amanhã.
Vamos tratar de dar uma nova direcção à UPA.
E ali começou a escolha camuflada dos assaltantes ao poder.
Entretanto e a par disto, os peões movimentavam-se, enchendo de dúvidas os Condutores.
Mensagens electrotécnicas, em papel, ameaças aos condutores ajudantes.
Tudo valia.
Os Condutores que pouco tinham lido, e ao deparar-se com tanta informação chegavam a ter dúvidas sobre o tal acordo.
A coisa complicava-se.
Os homens da UPA eram de garra, mas eram homens.
Andavam cansados, esgotados.
Está no papo pensaram os outros, sim que destruir sempre foi muito mais fácil que construir um futuro e deixar obra feita.
Pois, estavam esgotados, mas tinham raça.
Eis que, em mais um passe de mágica e sem que nada fizesse prever, sai um acordo entre a UPA e a CACA.
Hurra, que espectáculo, uma luz ao fundo do túnel gritaram os Condutores.
Sim, pois apesar de estarem quase a parar os camiões, a responsabilidade não deixa de habitar no íntimo de cada um.
Com a breca, e agora.
O nosso amigo nunca foi de se acanhar e percebeu que o sucesso da coisa, seria uma pedrada no seu charco.
Acreditando na força da imagem, eis que surge a abrir os serviços noticiosos.
Porventura mandatado pelo fantasma da presidência passada, aparece qual Ebenezer Scrooge sindical a atormentar a presidência presente.
E quando algo de bom parecia em vias de se concretizar, aí está ele, ar marcial a dizer que não, num momento destes, em que as pessoas sofrem com dificuldades, não era bonito os condutores quererem mais Kuanzas.
Tudo isto era errado e a ideia da paragem dos camiões tinha sido mal conduzida.
Não era bonito dizia o nosso Ebenezer com aquele seu ar sofrido.
O que não era mesmo bonito era a sabotagem declarada da vida dos Condutores.
Era o preço a pagar por quem quer ser mais e mais.
Se há que sabotar, vamos a isso.
Uma corrente dizia que tudo isto teria sido evitado se durante os outros tempos, os Kuanzas tivessem chegado mais regularmente.
Agora tinha que se recuperar muito, em pouco tempo.
Era Homérico.
Mas não desesperem os amigos ouvintes pois uma certeza vos deixo.
Irão continuar a ver alguns dos vossos, ao vosso lado a bradarem contra o que se conseguiu, ancorados em motivos mil.
Os deles, sempre os deles.
Os Condutores serão aquilo que quiserem ser e quanto aos nossos amigos que não gostaram do final feliz, terão sempre a chance de doar o excedente a instituições necessitadas desta nossa Pátria Lusa.
Tenho a certeza que o farão.
A bem da moral.
Há dúvidas?

* CONTRISTA - Indivíduo que está sempre do contra, não importa o porquê.
Não é, mas também não importa. Isto é tudo ficção mesmo.

quinta-feira, março 18, 2010

A Poção Mágica

Corria o ano da graça de 2010.
Os últimos anos tinham sido pródigos em bruxaria.
Vodu, mães de santo, galinhas pretas, orixás, tudo valia.
A vida na CACA-OI andava diferente.
Gente sem suspeita, outrora grandes defensores dos condutores, tinha aos poucos sucumbido às artes do oculto.
Sentia-se no ar aquele cheiro a enxofre tão característico dos espíritos possuídos.
A culpada era a Poção, a maldita Poção.
Na noite sombria, a coberto das palmadinhas nas costas, os Druidas iam engrossando as suas fileiras.
Qual filme de ficção de terceira categoria, os humanos sucumbiam aos poucos, perdendo o brilho nos olhos, passando a ostentar aquele olhar maquiavélico que só uma banda sonora manhosa consegue potenciar.
Querem 3 casos?
Eu sabia.
O primeiro, dá conta de um rapaz de reconhecidas capacidades como orador.
Tinha sido num passado recente, dirigente-mor da UPA.
Tinha-se iniciado como dirigente raivosinho e danado por uma boa refrega.
Foi perdendo vapor à medida que o tempo foi passando.
A idade não perdoa.
Passaram-se 2 anos, o dever para com os camionistas estava cumprido, mal ou bem, quem viesse atrás que tentasse melhor.
Não está mal não senhor.
Como todos os que tentaram a revolução e falharam, viu-se numa encruzilhada difícil.
Pela esquerda, voltaria à vida normal, camionete de 18 rodados, muito sol, tempo livre, enfim uma vida santa, regada a caipirinha e picanha farta.
Não tinha logrado nada de positivo para a rapaziada, mas tinha entretido os indígenas e ninguém o levaria a mal, por agora usar o tempo em seu beneficio.
Pela direita, o outro caminho, o caminho da conversão à causa da CACA.
Dúvidas, dúvidas, tantas dúvidas.
E a Luz mesmo ali.
Ainda por cima, com o tempo livre em mãos tinha conseguido terminar a formação académica nas artes da rapinagem legalizada, que isto de um canudo, num país de engenheiros ao domingo e arquitectos sodomitas, dá sempre jeito ó xôtor.
A pressão da escolha era muita e havia que seguir o melhor trilho, vai daí, num passe de mágica temos formador certificado na estrutura da CACA, assim mesmo, sem tirar nem pôr.
Formador por agora...
Poderia alguém no seu juízo perfeito encontrar alguma ligação entre o fracasso desses dois anos de dirigismo, com a passagem para a estrutura da CACA, um luxo só acessível aos iluminados da nova ordem.
Não, não havia relação.
Esses dois anos tinham sido iguais aos outros, mais do mesmo, de modo que não poderia haver relação e quem dissesse o contrário tinha mau coração.
Ou ainda não bebeu da poção.
Quem parecia andar a beber litradas de poção era outro camionista famoso.
Rapaz conhecido entre os condutores e amado pelo pessoal da CABO.
Conta-se que era de uma finesse a toda a prova.
Reservado, grande pensador, sofria um pouco com aqueles tiques nervosos que atormentam as grandes almas devido ao inconformismo com o mundo injusto que lhes é apresentado.
Era assim, um incompreendido, desde os tempos de dedicação à pátria Lusa.
Em tempos, enveredara pela prática da politica regional, tendo a sua beleza sido espalhada aos 4 cantos da terra.
Ele era postais, calendários e acessórios mil, distribuídos pela populaça como se de pãezinhos quentes se tratasse.
A populaça alinhava que isto de borlas é de aproveitar.
Um dia um periódico de grande tiragem, vendo o potencial de venda deste nosso amigo, fez-lhe a proposta irrecusável
Uma entrevista profunda em que tudo, ou quase tudo para nosso bem, foi posto a nu.
Desde os fusos horários da camionagem ligeira, sim aqueles fusos de 1 hora que rebentam com os condutores, até aos parcos salários auferidos pela classe.
Tudo no papel como se quer.
A vida de 600 exposta na tribuna.
Não consta que tenha vindo daí sanção a aplicar. Outros tempos.
A politica não teve o sucesso merecido mas outras batalhas viriam.
E vieram.
Na CACA todos o respeitavam.
Carinhosamente, era comparado com aquele personagem muito conhecido dos livros juvenis.
Sim esse.
E querendo mostrar que também ele possuía poderes ocultos, eis que inicia a sua colagem à CACA.
Devagar, devagarinho pra não espantar ninguém.
Inicialmente faz o teste com o Capataz da camionagem ligeira.
Testou e com aquele jeito de quem não quer nada, bateu.
A resposta não tardou e o Capataz abriu a porta.
Então o amigo ao que vem.
Ah e tal, quero dar o corpo pela pátria.
Vi a luz e se me deixarem entrar sou menino pra contar umas coisas que sei.
Os Druidas, que não são de espantar ninguém e aproveitam sempre estas dádivas, abriram o seu coração para ele.
Ali encontraria o amor que procurava.
Já com a posição consolidada e não tendo a visão de alcançar que mais não passava de um peão, eis que resolve passar à próxima fase.
Tenho de mostrar ao chefinho aquilo que valho, o quanto estou grato.
Hei-de fazer-me homem aqui dentro.
Já sei, vou abandonar a UPA a ver se melhoro a fotografia.
Assim o pensou, melhor o fez.
Bateu com a porta e cavalgou pela luz adentro.
Na UPA o sol não deixou de brilhar com essa perda e a CACA mostrou que tem coração de Mãe, cabe sempre mais um.
A poção em demasia não trará consequências para o nosso amigo?
Talvez sim, talvez não.
O tempo o dirá, mas fica a questão.
Alguém acredita em almoços grátis?
O terceiro caso é muito estranho.
Mais um Condutor, em tempos dirigente da UPA.
Homem de valor, expedicionário convicto, tinha sido um guerreiro dos mais bravos.
Em tempos quem furasse com a UPA estava condenado a uma vida de amargura.
Ficava logo com o pelouro das rodas, furos, câmaras de ar e não tocava em mais nada da Camionete.
E nunca se viu arredado das suas funções de Condutor por causa disso, mas os tempos mudam e já ninguém se lembra.
A poção além de mágica, tem poderes sombrios e amnésicos.
Para lá do entendimento dos simples mortais.
Agora andava raivoso pois os da UPA já não se submetiam aos seus caprichos.
Ai que me tiraram o brinquedo.
Qual de nós na sua meninice gostava quando nos tiravam aquele carrinho, aquele boneco ou mais tarde, aquela namorada.
Ninguém e o nosso amigo não era excepção.
Sem saber o que fazer e perdendo todo e qualquer pudor, apostava num ataque...diferente.
Munido dos acessórios tecnológicos de ultima geração, dava ao dedo insultando o bom nome de um Condutor com queda para a matemática.
Chamavam-lhe o Continhas e vos garanto que voltaremos ao tema no futuro.
O Continhas, com a sua habilidade inata para os números tinha trazido mais avanços para os Camionistas em dois anos que os outros rapazes bem intencionados em dez.
Aqueles dez de conversinha mole...
Mesmo assim, o nosso amigo entretinha-se a minar e a enxovalhar a inteligência alheia, fazendo orelhas moucas da democracia, e da escolha livre dos seus pares.
Está provado que a democracia só é boa quando corre a nosso favor.
Quando corre contra torna-se a ditadura da maioria.
Maneiras de ver.
O problema era sempre o mesmo, esse malandro, que deveria fazer tudo por nós, pelo amor à camisola, andava a encher os bolsos.
Mas não, o problema não era esse, era outro.
Um muito mais antigo.
Já terminava assim o nosso maior poeta na sua evocação da lusitanidade
“De sorte que Alexandro em vós se veja,”
“Sem à dita de Aquiles ter enveja.”
Não, não é erro, era assim mesmo que se escrevia nesse tempo.
Está nessa última palavra, aquela que fecha a nossa maior odisseia, a essência de muitos dos nossos males.
Qual poção qual quê...

Novidades Quentinhas

Amigos, a vida dos blogs, tal como das Camionetes, é dinâmica.
Vários pedidos e sugestões nos têm chegado.
Serão todos atendidos. Todos.
Um primeiro esclarecimento impõe-se.
Os comentários feitos aos textos serão sempre tornados públicos.
Poderá demorar alguns dias mas serão SEMPRE publicados.
Se não pretenderem a publicação, basta dizer e aí a regra não se aplica.
As sugestões depois de lidas são apagadas e as que entretanto chegaram já estão a ser trabalhadas.
Oficialmente inauguramos hoje 2 novidades.
A primeira, será a inserção na barra lateral de um video alusivo ao tema do texto publicado.
Caso isso não seja possível, mulheres desnudas será a opção seguinte.
A segunda é uma Chat Box.
Funciona de 2 maneiras.
Quando os administradores estiverem online poderão dar as sugestões em tempo real e receber a resposta.
Se em offline poderão deixar mensagens que serão lidas futuramente pelos administradores.
Nunca é demais dizer que apesar deste blog ser pura ficção, devido a algumas coincidências com a vida real, o anonimato é garantido a todos os comentários e sugestões.
Boas viagens nos vossos TIR é o nosso desejo.

Ps. Em relação ao texto o Sabujo que tanto eco teve entre os Camionistas e para que seja de mais fácil identificação, juntamos um vídeo do referido animal.
Pelos Miúdos...

terça-feira, março 16, 2010

The Final Countdown

Todos se recordarão desse monstruoso hit dos anos 80.
Uma rapaziada de cabelos longos e calças justas dizia que o fim estava próximo e o melhor era abandonar o barco.
"I guess there is no one to blame" era uma das frases lapidares desta letra tão conhecida.
Será mesmo?
Estava quase a terminar o período em que a miudagem da CABO teria a oportunidade de mudar o seu destino.
Estariam a corresponder ou deixariam a escolha para mãos alheias?
É sempre mais fácil ignorar as questões do que combatê-las.
A campanha eleitoral tinha decorrido normalmente para quem via de fora, mas seria mesmo assim?
Teria a camaradagem a dignidade e o espírito de elevação sido o mote, o fio condutor.
Claro que sim e para prova-lo nada como relatar 3 casos, sim sempre 3, que deixam bem patente o tipo de pessoas que estiveram na contenda.
O primeiro dava conta de uma página criada naquele site malandreco de que muito se tem falado ultimamente.
Sim esse mesmo.
A página intitulava-se CABO em ACÇÃO e pretendia ser uma página de troca de ideias entre os participantes, daquelas onde o objectivo é apenas melhorar a qualidade de vida dos signatários através de ideias e sugestões.
Já sabemos como é a maldade alheia e em menos de um nada, e apenas por mera coincidência, lá estava a dita da página a atacar a rapaziada Desafiante.
Coisas feias eram ditas.
Que os Desafiantes queriam ver o delegado da Yuppi fora do poleiro.
Que queriam repor a velhice duma desafiante.....Malandrice, ninguém no seu juízo perfeito quer repor velhice nos dias que correm. Queremos todos é ser jovens.
Mas mesmo que assim fosse, lá estariam os tribunais para decidir da sua legitimidade.
É velha sim senhora, manda-se afixar o édito e mais nada.
Não se sabia quem estava por trás desses ataques mas muito se comentava.
Seria a própria CABO?
Impossível, não fariam isso, não seria bonito.
Os Desafiantes andavam intrigados mas tinham mais coisas pra pensar.
Até que num lampejo de curiosidade resolvem investigar.
Com a breca, tudo vinha da sede da CABO.
E agora, que fazemos.
Ainda pensaram em tratar da coisa com uns rapazes de leste, solução muito prática e merecida, embora dispendiosa, mas depois lá se pensou melhor e vai de tirar satisfações.
Cara a cara, o Desafiante-Mor dirigiu-se à sede da CABO.
Nós? Infâmia, vergonha, nunca na vida, que Cristo desça à terra.
Cristo estava ocupado e não atendeu as preces.
Na falta do redentor, vai de usar aquela técnica tão lusa de enfrentar as coisas.
Foi ele mamã, foi ele.
Chama aí o presidente da UFA(União das Férias Altamente)
Faz-se a confrontação e eis que afinal andava alguém da CABO a pressionar os da UFA para lograr os seus intentos.
A conspiração metia a CABO, a UFA, o tal site manhoso e pressões várias.
Parece que o Schwarzenegger de Goa, era um dos principais mentores da coisa.
Uma salganhada sem quartel.
Com tudo à vista e cada um a correr pro seu lado, quais bandidos menores num western spaghetti, ficou fácil de identificar os autores.
O nosso desafiante, sempre calmo, a assistir de camarote.
Face dura por fora, mas em risota interna.
Ok, rapaziada, já topei tudo, agora vejam lá o que vão fazer.
Não queiram passar por malandros.
Não, não, vamos já demarcar-nos das declarações da tal página, faremos uma declaração à pátria CABO.
Assim terminou a ida do nosso desafiante à sua futura casa.
Assim não, que no fim ainda houve tempo pra uma reunião à porta fechada.
Houve lágrimas e choro, mas ninguém sai machucado da sua masculinidade.
Quanto à declaração da CABO a demarcar-se, devido ao mau funcionamento do serviço postal, o mesmo extraviou-se e continuamos à espera da 2ª via.
Coisas dos correios...
O segundo caso é mais malandreco, embora apenas por descuido possamos falar de usurpação de fundos.
Então não é que a CABO vendo as sondagens pouco favoráveis vai de enviar telegramas cantados e acenos tecnológicos.
Sim, telegramas cantados e com uma musiqueta especial.
Como os telegramas são coisa do passado e há que transmitir a ideia de modernidade, não se fizeram rogados e toca de usar igualmente as novas tecnologias.
Os operadores móveis agradecem que isto dos objectivos é uma dor de cabeça.
Olha lá, em quanto isto vai ficar?
Não interessa pá, pensa é em quanto vai ficar se perdermos a coisa.
Os meus almoços.
E ter que voltar a andar de camionete regularmente.
Ui, que não tenho vida para isso.
Dá ao dedo e manda mais, manda, manda.
Já todos sabemos que a pressão dá nisto.
Erros que poderiam ser evitados acontecem.
No meio de tanta....O povo chama fuçanga e o autor à falta de melhor termos corrobora, eis que são enviados telegramas e acenos tecnológicos a pessoal que já mudou de ramo.
Desde pessoal que se tinha convertido em condutores, pessoal que tinha envelhecido e abandonado as lides, sim que também existem, e até alguns cuja existência terrena cessou faz tempo.
É o mal da não actualização das bases de dados.
Até os partidos deste nosso rectângulo se queixam.
Tudo somado e porque não há almoços grátis, deu um piparote de dinheiro.
Telegramas a 32 centavos de kuanza, mais os acenos tecnológicos, multiplicando por todos...
Epá, mais um pouco e resolvia-se o problema das contas publicas.
Ninguem quis.
Assim se vêm as prioridades da classe dirigente.
Uns diziam que era errado usar o dinheiro de todos pra telegramas e acenos.
Mal-discência, se não for usado nisso, vai-se usar em quê?
Escolas e hospitais queres ver.
Fica assim que está bom e a baianada nem nota.
O terceiro e último caso ficou conhecido com "A tarde do balão".
Não confundir com o Condutor Balão. Esse é outro.
A tarde do balão consistiu numa tarde diferente que a cúpula dirigente da CABO na sua infinita generosidade quis oferecer ao pessoal menor.
Reuniram-se e munidos dos ditos insufláveis, eis que entram triunfantes no centro de encontros.
Nervosos, pois sentiam-se como peixes fora de água.
Poucos os conheciam.
É normal, isto do dirigismo rouba-nos muito tempo e entre reuniões, almoços e passeatas escolhidas a dedo, sobra pouco tempo pra confraternização.
Os desafiantes ainda por cima estavam presentes e com eles todos falavam.
Coisas de quem trabalha lado a lado.
Laços que se criam...
Pior mesmo só o comportamento dos ditos balões.
Maldita loja do sr. Yung Hu
Balões murchos...
Nada subia.
Devia ser bruxaria.
Para a risota ser geral ainda os desafiantes, a sugerirem a toma daqueles comprimidos azuis muito em voga na camionagem das 18 rodas. Pode ser que suba.
Pro circo ter sido completo só faltaram mesmo aqueles rapazes de sapatos grandes, narizes vermelhos e cabeleiras amarelas, que normalmente entram antes dos elefantes.
Houve quem os visse mas não está confirmado.
E agora?
A tal frase dos Europe "I guess there is no one to blame" como fica?
Is The Final Countdown...

Carta ao Tom II

As visitas continuam, mas a votação vai fraquita.
Não sejam tímidos. É de graça.
Ao meu Grande Amigo, gostaria de fazer uma pequena ressalva.
Rato Louro somos todos.
Todos aqueles que acham que há algo de podre no reino da Dinamarca.
Todos aqueles que escolhem não se vender.
Seremos idealistas?
Talvez, mas pelo menos dormimos descansados.
Até já

domingo, março 14, 2010

O Sabujo

Caros amigos, a vida é madrasta.
O nosso fiel cachorro, companheiro de tantas brincadeiras, foi chamado para junto do criador.
Deixa-nos saudades. Saudades das suas traquinices, das suas malandrices, das suas brincadeiras.
Aqueles fins de tarde na praia, correndo atrás de uma bola, aquelas corridas loucas em perseguição frenética a qualquer Famel que passasse, aquela alegria contangiante, aquele latir tão característico.
A vida segue em frente e a morte caminha lado a lado, lembrando-nos da nossa condição mortal.
Assim, há que levantar a cabeça e iniciar a busca por um novo companheiro de tropelias.
Em reunião familiar, muito concorrida aliás, fazendo lembrar outras reuniões, decidimos que na escolha do próximo fiel amigo tentariamos uma raça nova.
Várias foram comparadas, pastores, pitbulls, retrievers.
Contra a minha vontade, os meus filhos insistem, que querem ter um sabujo. Porque sim.
Dizem-me que é giro, que dá imenso jeito pra recados, e que adoravam ter um.
Não estou convencido, sempre que vejo um, fico eu com o pêlo arrepiado e dá-me uma vontade de lhe desferir um certeiro pontapé no focinho.
Feitios, sei bem que estou errado.
O problema é que na minha meninice sempre me foi ensinado que eram bichos pouco confiáveis, traiçoeiros, e que para cumulo, conseguiam, qual vírus maligno, alastrar aos outros canídeos e transmitir doenças.
Coisas de outros tempos, daqueles em que ninguém usava cinto, toda a gente fumava nos restaurantes e os ciganos eram mal vistos na sociedade.
Hoje vejo bem que não é assim.
Era tudo exagero e a raça prolifera por aí.
Embora contrariado, vou atender ao pedido dos miúdos.
Pai é Pai.
Dirigi-me a uma casa da especialidade na tentativa vã de satisfazer os petizes.
Pediram-me um balúrdio.
Isto do Euro rebentou com tudo...
Mas isso é uma fortuna disse eu, ainda por cima por um bicho um bocado pro feiote.
Diz o homem da loja que é a regra da oferta e da procura, que hoje em dia toda a gente quer um.
Ah e tal, têm muita saída porque fazem truques, pois, pois, truques fazem todos meu amigo.
Nã...não vou em grupos.
Sendo assim deixo um apelo aos companheiros de camionagem.
Uma vez que a situação económica não está fácil, quero arranjar um sabujo barato, ainda por trabalhar, em bruto, nem precisa ter registo.
Preferimos cachorro, para que tenhamos tempo de o moldar e assim torná-lo um sabujo a nosso gosto.
Vai ficar um mimo.
Agradeço a quem nos possa socorrer nesta altura de dor.
Para que não errem na identificação do animal, deixo aqui a definição de "Sabujo", definição essa encontrada nesta coisa maravilhosa que é a internet.

O Sabujo desenvolveu-se nas montanhas da Alemanha, caçando lebres, raposas, coelhos e javalis.
Especialmente hábil para farejar pistas frescas, sempre usando a sua melodiosa voz, mas seu apuradíssimo faro permite que siga também a pista fria, isto é, rastreia a pista do sangue deixada por animais feridos (como o cervo) e, nesses casos, trabalha silenciosamente.
À tempos atrás, os caçadores temiam que o uso desse cão na caça de cervos feridos, faria com que ele quisesse caçar também os cervos saudáveis, mas isso não aconteceu.
Com métodos de treino qualificados, ele rapidamente aprende a diferenciar as duas pistas.

Aqui fica o apelo, Pelos miúdos.

terça-feira, março 09, 2010

Cântico Negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
Cântico Negro de José Régio é hoje o mote para mais uma história da camionagem, neste caso da CABO.
Todos andavam nervosos.
O poder na CABO estava entregue aos mesmos já ia para 6 anos e quem o tinha não o queria largar.
Sabia bem, era inebriante, dá estatuto e aos pequeninos, eleva.
A direcção cessante andava nervosa.
Uns rapazolas, quase recém-chegados, tinham o desplante de lhe fazer frente, eles que tinham durante estes 6 anos perdido tanto do seu tempo a negociar acordos milionários e condições principescas.
As pessoas são mal agradecidas e não reconhecem o esforço alheio.
Agora com a democracia a ganhar terreno era tempo de escolhas.
Tudo dependeria dos argumentos de parte a parte.
Já se sabe que nisto dos argumentos quem não os têm, arranja.
Tal qual Professor Pardal de trazer por casa eis que a direcção actual da CABO tenta a primeira jogada malandreca.
Como vamos pôr a rapaziada de mal com estes desafiantes, pensaram?
E se dissermos que os desafiantes é tudo boiolada.
Epá, isso não que até a lei já permite e vai-se a ver, em menos de um nada estamos aí com um processo crime, que agora está na moda.
Pois é, maldito estado liberal.
Já sei, diz um, vamos colar os tipos àquela troupe foleira dos condutores.
Dos condutores? Mas até temos gente nossa que casa e tem filhos com eles.
Feitas as contas achou-se que seriam mais os ganhos que as perdas e arriscou-se.
Ponha-se em decreto à boca pequena que os desafiantes são uma criação da UPA.
Vamos espalhar que não passam de robots sem sentimentos, ao melhor estilo do Metropolis, sim aquele do Fritz Lang, e que seguem a agenda dos condutores.
O plano foi traçado e vai de o difundir.
Tentando capitalizar algum atrito inter-classes que pudesse haver, vai de insinuar que os desafiantes eram uma lança da UPA na CABO.
Feio, muito feio.
Os paranóicos são assim.
Além de menosprezar as capacidades intelectuais dos desafiantes, invocava um levantar de barreiras entre classes só aceite por quem é muito poucochinho.
Talvez tivessem saudades de outros tempos, daqueles em que íamos todos à missa às 19h em ponto e ai de quem não apareça, que isto de estar no Rio, não é a passeio.
Ao que parece, os votantes da CABO não são daqueles das orelhas grandes e pêlo cinzento, de modo que argumentos poderá haver, mas por favor, mandem dos inteligentes.
Como dizia Régio - Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Entretanto, num dia sol radioso, os maquiavélicos decidem juntar-se num almoço bem regado.
Sempre se aproveitava mais umas febras à conta, não vá isto dar a volta e de repente acaba-se tudo.
Medo, muito medo.
Eram 16 da cúpula dirigente sentados à mesa da casa de pasto “A Galinhola”.
Ambiente tenso, de maquinação e preparação de embates.
Como sabemos o mundo é um T0 na Damaia, daqueles pequeninos e com poucos roupeiros.
Com uma longa lista de casas de pasto disponíveis, os desafiantes resolvem alinhavar as suas ideias num almoço, com a breca, no mesmo local.
Única diferença, à conta dos próprios. Feitios...
O ambiente tornou-se tenso, os pássaros calaram-se, as árvores pararam os ramos, nem um som se ouvia.
Tu Tu ru ru.....pi pi pi (O bom, o mau e ......vcs sabem, é favor assobiar)
Os desafiantes, como é próprio dos que dormem descansados, na risota costumeira, o bom ambiente ao rubro e a certeza de quem sabe que o caminho é difícil mas a determinação é maior.
Do outro, os olhares semi-cerrados de quem se sente no fim de um ciclo.
Os outros, mais novos, mais bonitos, mais pujantes, não há duvida, chateia.
Os proprietários da casa de pasto deram por bem empregue a regra “No guns allowed” no estabelecimento.
O que se perde em liberdade pessoal ganha-se em refeições com mortos a zero.
Vai-se a ver, compensa.
Findo o repasto, os problemas não acabavam para a cúpula, além de terem que se cruzar com os desafiantes entre uma sopa e umas febras, eis que agora tinham os da sub-cave à perna.
Então não é que aquela miudagem que entrava na CACA pela sub-cave, agora queria mais.
Só exigências pá.
E ainda por cima interpelavam a cúpula.
Ousadia dos pequenotes.
Que lhes dizemos? Sei lá, olha já sei, vou dizer que estivemos a almoçar com os desafiantes.
Fica ao género, “Gostas da mãe ou do pai? Carne”, mas ninguém vai notar, eles são tótós e nós uns espertalhões com anos disto.
Então se conseguimos vender a ideia da sub-cave não íamos vender esta?
O que pode dar errado?
Pois, mas os Sub-Caveiros não são arraçados de burrico e num instante e meia dúzia de sms depois (mais uma vez maldita sociedade de informação), eis que surge a verdade e afinal apenas a casa de pasto era a mesma.
Parabéns aos proprietários pela boa receita desse dia.
Não existia nenhum acordo secreto entre as partes para a venda da alma alheia.
Os vendedores de sonhos são assim e falhada esta eis que em mais uma de mestre, tentam convencer os sub-caveiros que vão estar com eles na melhoria da sua situação. Aquela criada por eles próprios a troco de uns cobres.
Que sim, a sub-cavice será revogada, estamos em conversações e tal, a coisa sai mais mês menos mês, talvez pró verão.
Os nosso advogados já estão a tratar.
Esperemos que não sejam os mesmos que trataram antes...
Era mais ou menos como Himmler dizer que estava ali para ajudar, mas enquanto não acontecesse, vai lá andando pro forno que tem mesmo de ser.
As minhas desculpas a Himmler pela comparação, pois esse sempre tinha convicções.
Eram lá as dele mas ninguém é perfeito...
Seria toda esta atitude culpa do período eleitoral?
Seria a fuga pra frente, a solução dos desesperados?
Fica a pergunta
E de Régio fica a resposta
Só sei que não vou por aí.
E Vocês por onde vão?

segunda-feira, março 08, 2010

Os Caminhos da FÉ - Defesa da Usura

Defesa da Usura - “Cada homem deve ser o único juiz do modo como obtém lucros, não tendo de ater-se a empecilhos morais”
Serve a presente citação para contar mais uma história da camionagem.
Aos poucos, silenciosos como a noite, começaram a despontar na CACA, uns rapazes, que alçados de uma nova fé, quais cristão renascidos, apostavam numa postura diferente.
Miudagem outrora guerreira, alguns com créditos firmados na UPA-LA, mas que rapidamente descobriram outras crenças.
O caso incomodava uma larga maioria que estranhava o facto de mudanças tão radicais acontecerem em gente tão integra.
Lá voltavam as suspeitas.
Só podia haver duas explicações para tal mistério.
Acreditavam no esgotamento da postura anterior, tinham visto a Luz e o seu arrependimento quanto a guerras passadas era genuíno, ou entrávamos mais uma vez no terreno da Umbanda, e da santeria e inebriados pelos fumos de um qualquer orixá, as suas mentes estariam possuídas.
Só poderiam ser estas as explicações.
Havia casos e mais casos, e cada qual diferente à sua maneira.
Saem 3 para ilustrar o sentimento geral.
O primeiro, muito marcante, dava conta de um rapaz, com passado de filiação guevarista e de colagem de cartazes nas noites frias da ditadura.
Tinha sido um acérrimo defensor dos Condutores. Ou pelo menos parecia.
Na sua vida de condutor tinha-se deparado com inúmeros contratempos, mas o que realmente o chamava, eram outros desafios.
Nos seus sonhos sempre pensara que isto da Camionagem é giro, mas bom, bom, seria a radicalidade da subida sem oxigénio.
Isso do O2 era pra garotos e tantos picos que há no mundo, todos à espera de um novo Sir Edmund.
A tarefa era dispendiosa, mas com alguns patrocínios nada o pararia.
Levando a carta a Garcia, iria vencer todas essas barreiras.
Ficaria conhecido como o PM.
Viu a Luz, mudou a sua atitude e num flip-flop à retaguarda, eis que surge patrocinado pela CACA-OI, na sua missão de levar o nome da pátria sempre mais alto.
Até programas de televisão teria e só os impuros poderiam duvidar da grandiosidade do gesto.
O cume seria o limite. Por agora.
O segundo caso era um seguidor deste nosso amigo.
Rapaz forte, dado às artes náuticas, nós de marinheiro era com ele.
E que nós ele tinha dado.
Tendo estado à frente da UPA, sempre foi visto como um homem de mão do precedente.
Pura mal-discência, pois tinha provado todo a sua sagacidade quando, entre muitas outras, resolve fazer um investimento avultado nuns papéis de futuro valioso.
Vamos tirar o pé da lama pensou, o Comendador que se cuide que em menos de um nada estamos nós a comprar obras de arte de gosto duvidoso.
Mandou comprar quilos e mais quilos do dito papel na certeza da riqueza rápida.
Como todos sabemos, os mercados não respeitam ninguém.
Avaliou mal a coisa está visto, mas um dia que haja falta daquele papel fofinho de folha dupla, que vem em rolo, em grupos de 24, nesse dia o seu valor será reconhecido, pois nesse dia a UPA terá stock para dar e vender.
E o Lucro virá.
O terceiro caso refere-se a um coração de ouro e é um tanto ou quanto diferente dos anteriores.
Homem bom, tinha tido uma pega com os homens da Televisão é certo, tudo devido a um diferendo sobre a importância da boa sintonização do Fishing Channel no televisor da sala.
Não levou a sua avante, a emissão continuou com chuva, mas neste caso bem sabemos como funciona o serviço de instalação.
É tudo, é tudo e vai-se a ver chegada à hora é só contrariedades e fios por fora.
Tinha no passado sido o grande defensor de um condutor, condutor esse apanhado com a camionete carregadinha de xarope para a tosse adulterado e que ficara retido mais a sua camionete.
As suspeitas eram grandes, mas ao fim de um ano o rapaz lá se safou.
Parece que o xarope não era dele e queriam mesmo era apreender a camionete.
Nesse caso muito a ele se deveu.
Sem ter a certeza de nada, atravessou-se no caminho das autoridades e lá conseguiu a libertação.
Foi um feito.
Mas agora andava danado.
A UPA tinha escolhido pra conselheiro, um seu arqui-inimigo.
Perto deles o Batman e o Pinguim eram como irmãos.
E o problema do outro estar a ser pago pela UPA nunca tinha sido digerido.
Nem por ele, nem pelos "Compostinhos" (E ainda voltaremos a eles no futuro).
Que era caro diziam, mas caro não devia ser pois este nosso amigo assumia que nem se importaria de pagar mais uns cobres, desde que fosse a outro.
Coisa esperta.
Mais uma vez, alguns maldosos diziam que caro, caro, era ter hipotecado 10 anos de vida em conversinha mole, mas já todos sabemos como são as pessoas quando querem dizer mal.
Devido a essa escolha, tudo era diferente agora e a sua visão das coisas também.
Achando-se acima de qualquer suspeita, subia aos palanques pra falar à populaça.
De revista em punho, qual arrumador de automóveis do chiado, falava com a soberba e a certeza que só tem quem sempre se sentiu acarinhado.
Talvez estivesse a hipotecar esse carinho, mas pouco o importava.
Não pedinchava moedas, exigia cabeças.
Ai Maria Antonieta, ainda bem que já foste, porque este povo continua igual.
Uns diziam que andava instrumentalizado, outros que apenas tinha a visão toldada pela amargura.
A História fará o juízo.
Muitos mais haveria pra contar e numa ocasião propícia serão relatados, mas por agora chegam estes pra mostrar que quando a fé é grande move mais que montanhas.
Move convicções...

sábado, março 06, 2010

CABO - Cabine Associada & Bem Organizada

A CABO era a associação que defendia o pessoal que trabalhava na cabine das camionetes.
Tinha sempre sido um exemplo de como negociar com a classe dirigente, tendo conseguido ao longo dos anos inúmeras regalias.
Muitas delas, por vezes a reboque da UPA, mas a verdade é que iam singrando.
Normalmente o que a UPA conseguia com esforço e à troca de qualquer coisa, a CABO conseguia por osmose.
Mérito próprio apenas.
No entanto durante os últimos 6 anos a CABO tinha estado na mão de uma rapaziada malandreca.
Outrora defensores da plebe rude, ultimamente pareciam convencidos.
Convencidos que a LUZ era o caminho.
Mais uma vez a famigerada Luz.
Iam negociando algumas coisas, mas portavam-se mal, muito mal em certas situações.
Andavam vendidos, diziam as más-línguas.
O que é certo é que o mal estar era grande.
As pessoas andavam descontentes.
Num exemplo de malandrice, tinham aceite que a rapaziada que se iniciava nas lides, passasse a entrar pela sub-cave e não pelo R/c como acontecia até então.
Muito bonito...
Deste modo os contemplados tinham mais tempo livre para passear no parque, actividade ainda gratuita, ao invés de se passearem pelos shoppings da moda e supermercados, onde a qualidade do ar é reconhecidamente pior.
Zelavam pela saúde da meninada e não eram compreendidos. Uma injustiça.
No caso do acordo vital que estaria a ser negociado com a classe dirigente, a situação foi diferente.
Com a coisa bem encaminhada, eis que resolvem trocar a incerteza de um tesouro a médio prazo por algumas migalhas hoje.
Sai um dinheirinho que já ninguém esperava que o pessoal com um banho de loja alivia a pressão.
Este já cá canta, a baianada fica contente hoje, e amanhã quem cá estiver que se amanhe.
Sintomático.
No caso dos revoltosos cibernáuticos que incluía algum pessoal da CABO, tinha sido elucidativo.
Inicialmente que sim, estavam com eles, afinal a vida privada era a vida privada.
Depois de uns telefonemas superiores, pois e tal, realmente o problema da equação, sem perder de vista o factor limitativo de que e ainda....
Nem respostas às cartas.
Palavras para quê?
Agora chegara a hora da verdade.
A CABO teria eleições dentro de pouco tempo e a democracia teria a sua vez.
Quem sairia vencedor desta contenda era a questão.
Os que falam, falam e depois ai, ai, ai, ou os que têm coragem de vencer?
De um lado a continuação do estado de coisas, do outro a mudança.
Os descontentes diziam à boca cheia que queriam a mudança, mas tinham medo da inexperiência dos que a personificavam.
Chamberlain era experiente quando negociou com Hitler aquilo que apelidou de uma paz duradoura.
Ofereceu de bandeja a Checoslováquia, acreditando que seria a última exigência do bigodes.
Foi recebido em Londres com urras e vivas.
Passado pouco tempo tinha as suas cidades fustigadas por bombardeamentos certeiros.
Já Churchill era inexperiente quando assumiu funções e venceu a guerra, legado do seu antecessor, o tal da paz duradoura.
Churchill nunca se rendeu, nunca se vendeu.
Pediu suor, lágrimas e determinação.
No momento certo as teve e venceu.
O momento está a chegar.

sexta-feira, março 05, 2010

Ética - A nova ordem Mundial

Ética - O que é bom para o indivíduo e para a sociedade.
Estabelece sem força de lei a natureza de deveres no relacionamento indivíduo/sociedade.
Pegando nisto a CACA-OI resolveu e bem, dar início à sua formação neste campo.
Ora quem vamos escolher para a primeira acção de enquadramento, pensaram.
Não foi difícil, pois havia vários casos graves que teriam de ser sanados e enquadrados.
É verdade. A maldade andava ao rubro.
O primeiro era um caso de óbvia solução e consistia no seguinte.
Um rapaz de toques aristocráticos, estando por terras de Vera Cruz, num tempo de descanso entre viagens, olha-se ao espelho e percebe que está com o guarda-roupa desadequado.
Que fazer pensou, já sei, a solução é óbvia.
Vou até ao Centro de Moda e toca de comprar umas roupitas mais coloridas, que isto do calor muda-nos os gostos.
Quais sapatos de vela, quais Polos do crocodilo, quero é camisas amarelas e cordões de cabedal.
Se assim pensou, melhor o fez e munido de cartão de crédito eis que se passeia alegremente pelas lojas, passando freneticamente o dito plástico pelas ranhuras das maquinetas, para alegria geral dos lojistas, que isto de trabalhar à comissão requer muita ginástica.
Havia porem um pequeno senão.
Tendo-se esquecido da carteira na Pátria Lusa, não se fez rogado e fazendo orelhas moucas da velha máxima, "No money - No funny", eis que leva emprestado o cartão alheio.
Esqueceu-se foi de pedir ao dono.
Coisas que acontecem devido aos fusos horários. Normal.
O proprietário ao dar pela marosca, com a ajuda de um amigo vai de pedir gravações de segurança e eis que descobre o nosso amigo, qual shopaholic, num nirvana sem fim.
Detectada a coisa, faz-se o relato às autoridades competentes, bem como aos Druidas da CACA-OI.
Não havia nada a fazer, a CACA protege os seus, ainda mais quando se descobre que haveria fortes possibilidades do rapaz vir a conhecer por dentro os estabelecimentos de correcção indígenas.
Passa-se o rapaz para a camionagem ligeira, que não é nenhum bandido, e resolve-se assim o assunto até à marcação do curso.
Afixou-se em edital e a vida continuou.
O segundo caso era mais engraçado.
Um rapaz, alto, boa pinta, conversa mole, é raptado na noite insular.
Tocam as sirenes, não apareceu de manhã onde era esperado.
Tragédia diziam uns, foi deitado ao mar, que é esse o destino dos incautos e a bandidagem anda doida diziam outros.
A mulher, qual carpideira desesperada, apresenta-se de luto e chorosa, filhos a tira-colo e a dor da perda.
Os periódicos regionais param as rotativas. Primeira página.
Que tragédia, é o mundo em que vivemos, o respeito pela vida foi-se.
Uns culpavam a crise, outros a globalização do crime, outros a sociedade.
Num milagre, só comparável às aparições da Virgem, eis que o nosso amigo reaparece.
Qual D. Sebastião renascido, conta ter estado cativo por bandidos, daqueles dos filmes do Tarantino. Muito maus mesmo.
As autoridades não dormem e após algumas diligencias, descobrem vídeos de segurança, maldita sociedade de informação, e identificam os raptores.
Ou melhor, a raptora.
Vai-se a ver, rapariga saudável, de seios fartos e cabelos longos, que em nada indiciava as práticas da bandidagem.
Como prova da sua bandidice desmesurada, teve o desplante de manter o nosso amigo cativo num motel de terceira categoria.
Um nojo, ele que habituado estava a hotéis de bom nível, com Wc espelhados, camas grandes, Tv cabo e canais internacionais.
Viu-se aí a maldade da raptora, mas tudo estava bem pois o nosso herói tinha conseguido livrar-se das suas garras maléficas.
Old habits die hard e passado uns tempos, eis que volta a cair nas mãos de bandidos e a situação repete-se.
Passou a ser visto como um incauto, pois raptado uma vez ainda vá, mas duas é burrice.
Teve que ser marcado curso, que no seu caso incluiria sem dúvida lições de auto-defesa que isto na CACA não se brinca.
O terceiro caso era mais melindroso.
Uma rapariga problemática, com baixa auto-estima dedicava-se a procurar nas carteiras alheias a tão almejada paz interior.
As colegas levavam a mal e não entendiam esta sua busca do zen.
Gente de visão curta.
Além do mais, via-se desde à muito que consumia um xarope para a tosse que tomado em excesso causava alguns danos a prazo.
A CACA sabia, todos sabiam, mas enquanto o xarope não der confusão, vai andando.
Deu.
A CACA mandou-a a um centro em que iam aos poucos substituindo o xarope por outro do mesmo sabor, mas com receita médica.
Durou enquanto durou...
Sendo assim, mais uma candidata para o curso e a esta vai-se ensinar que xarope em excesso faz mal.
Os leitores já terão reparado na escolha repetida de 3 casos para relatar, deixando muitos outros de fora.
Tal deve-se apenas a questões de dinâmica e de espaço editorial.
Coisas de Autor.
Mas, voltando aos casos citados.
Um deles, enfim, acabou por desistir da vida de camionagem e dedicou-se às telecomunicações, tal não fosse, estaria decerto entre os contemplados.
Os outros dois acabaram por ser nomeados para a acção de enquadramento, pois a CACA tinha bem definidos os critérios de escolha dos participantes.
Ou não?

quinta-feira, março 04, 2010

Agradecimento

Os autores gostariam de assinalar o número crescente de visitas a este blogue.
Esta semana tivemos mais de 1000 visitantes.
Reparamos igualmente que ninguém deixa comentários, o que não deixa de ser interessante.
Perante isso, introduzimos a opção de anonimato nos comentários.
Assim, apenas terão que clicar e escrever o que vos for na alma.
Iremos fazer um esforço acrescido de criação de textos e tentar manter a regularidade possível, dentro das coisas engraçadas que haja para contar.
Por vezes faltam ideias, mas mensagens com sugestões serão bem-vindas e tratadas com a máxima discrição.
Será igualmente incluído na barra lateral, uma sondagem Mensal.
A vossa participação é muito bem-vinda e os 2 segundos que gastarem a votar, ajudará muito no nosso trabalho futuro.
Mais uma vez, o nosso Agradecimento a todos os Amigos ouvintes.

terça-feira, março 02, 2010

A Mina dos 7 Anões

Hoje para deleite da pequenada, trago-vos uma História infantil sobejamente conhecida mas adaptada à realidade dos tempos que correm.
Eram 7 os anões, compostos por ordem decrescente de importância da seguinte forma.
Mestre, Zangado, Soneca, Dengoso, Atchim, Feliz e um rapaz que ninguêm sabia muito bem o que lá fazia e toda a gente tratava por Dunga.
Juntos eram imbatíveis.
Trabalhavam na mina diariamente e recompensavam com pedras brilhantes aqueles que os apoiavam na sua luta por um mundo melhor.
As pedras não tinham grande valor é certo, mas brilhavam e enquanto a rapaziada não der conta, vamos comendo o filé que isto de carne dura já não é pra nós.
Iam cantando e rindo e o resto ia sendo levado.
Aiô, Aiô, pra mina agora eu vou, Aiô, Aiô, Aiô, pra mina agora eu vou...
A mina era do povo, mas já se sabe que nisto das gestões, a iniciativa privada leva vantagem e como tal, reconhecendo as suas incapacidades, o povo resolveu contratar uma rapaziada batida na mineiragem pra assegurar o fluxo de pedras.
Esses rapazes, com carta branca a prazo, tinham feito várias experiências com outros anões mas finalmente tinham encontrado nestes a linha da frente tão necessária à sua sobrevivência.
Se podes ter um airbag que ampare a porrada, bater de frente contra um muro num mini dos antigos é pra malucos.
E assim construíram o seu airbag.
Firmaram um acordo.
A prospecção ficava na mão dos pequenitos que poderiam tirar algumas pedras para si, mas em contrapartida os anões garantiam que ninguém tentaria tomar a mina de assalto.
Que pedras bonitas, pensaram eles.
E brilham tanto, que bom termos sido nós os escolhidos.
Havia no entanto um senão.
O resto da rapaziada andava com maus fígados.
Devia ser dos fusos horários e da falta de pedras brilhantes.
O estômago fica com aquela azia.
A vida na vila encarecia a cada dia e pedras, só havia para alguns.
Os anões andavam apreensivos, querem as nossas pedras brilhantes, estes malandros.
À que unir esforços e começar a tranquilizar as hostes de bárbaros.
Mostrar-lhes qual é o caminho e se não quiserem compreender duma maneira, terá que ser na chibata.
Pensaram num plano, iriam criar Historias paralelas, coisas pequenas a que se dariam importância e enquanto houvesse fumo em cortina o incêndio estaria controlado.
No entanto além dos problemas externos havia igualmente que gerir a cobiça próxima, sim que isto de conviver de perto com pedras brilhantes, desperta sentimentos.
O Mestre era um bom Homem, mas sentava-se numa cadeira de veludo canelado, muito bonita, toda decorada com incrustações douradas. Um mimo.
Inteligentissimo, o Zangado sonhava com aquele veludo e embora soubesse que o seu tempo viria, tinha que preparar bem o terreno, não fosse alguém lembrar-se do mesmo e os Lobbistas (Grupo semelhante ao dos Compostinhos, mas pertencentes todos à mesma casta, e a que voltaremos no futuro) estavam à espreita.
Tenho de arranjar um anão fiel pensou, um que seja ambicioso e que ao mesmo tempo tenha penetração junto da rapaziada.
O Dengoso era a solução óbvia, pois tinha aquela matreirice simpática que a todos conquistava.
Era de abraço fácil.
Assim, aproveitando a saída do anão Capataz, que andava descontente com o rumo da mineiragem, eis que surge a oportunidade.
Havia várias escolhas para o lugar de capataz da mina, algumas menores é certo, mas no fim resumiu-se tudo a duas.
A candidatura vencedora, não era a escolha do Mestre que teria preferido uma escolha mais aristocrática, de uma linhagem mais Habsburgiana , mas viu-se aí o poder oculto do Zangado.
Qual Richelieu, convenceu o Mestre sobre as capacidades do Dengoso e num passe de mágica, tomem lá novo Capataz.
Com este ajudante, o veludo canelado seria uma questão de tempo.
Tão bonita aquela cadeira.
Quando o Mestre caísse, Zangado assumiria o cargo, deixando o seu para Dengoso.
O Soneca, seria ultrapassado pela direita, sem pisca e continuaria o terceiro elemento.
Tudo estava pensado. Tudo corria bem, os Lobbistas estavam controlados.
A vida de atchim era mais calma, dedicando-se a manter o nível de sapiência dos mineiros em geral mas não nutria de grande fama entre a rapaziada.
Vivia um pouco à margem destas lutas.
Continuaria a ter pedras bonitas e isso bastava-lhe.
Organizava os cursos de mineiragem e tratava que todos usassem as picaretas da mesma maneira. Sincronizadinhos.
E já não era pouco.
O Feliz era um caso diferente.
Tinha uma relação muita próxima com as pedras brilhantes.
Gostava muito delas.
Sempre tinha estado ligado ao ensino da mineiragem, mas com alguns revezes.
Uns tempos antes, um anão expatriado tinha tomado o lugar que sempre sonhara.
O seu lugar, de direito.
Foi sol de pouca dura.
Reuniu os outros anões ligados à arte da mineiragem sincronizada e delineou a coisa.
Um a um, os sincronizados foram abandonando a mina.
Ao fim de um tempo o anão expatriado tinha a mina virada do avesso.
As picaretas batiam uma pra cada lado, como se de um 127 a 3 cilindros se tratasse. Reviu-se a coisa e o expatriado lá foi de volta para o seu lugar. (Caso que igualmente trataremos em detalhe no futuro)
E era assim a vida da mina, todos a quererem pedras brilhantes e só alguns a conseguirem.
Ah é verdade, o Dunga perguntam vocês.
Já me ia esquecendo.
Bom o Dunga, o Dunga, que dizer sobre o Dunga.
O Dunga é hoje um e amanhã outro, são muitos.
Pois, sobre o Dunga é isso...
KONIEC