sexta-feira, março 05, 2010

Ética - A nova ordem Mundial

Ética - O que é bom para o indivíduo e para a sociedade.
Estabelece sem força de lei a natureza de deveres no relacionamento indivíduo/sociedade.
Pegando nisto a CACA-OI resolveu e bem, dar início à sua formação neste campo.
Ora quem vamos escolher para a primeira acção de enquadramento, pensaram.
Não foi difícil, pois havia vários casos graves que teriam de ser sanados e enquadrados.
É verdade. A maldade andava ao rubro.
O primeiro era um caso de óbvia solução e consistia no seguinte.
Um rapaz de toques aristocráticos, estando por terras de Vera Cruz, num tempo de descanso entre viagens, olha-se ao espelho e percebe que está com o guarda-roupa desadequado.
Que fazer pensou, já sei, a solução é óbvia.
Vou até ao Centro de Moda e toca de comprar umas roupitas mais coloridas, que isto do calor muda-nos os gostos.
Quais sapatos de vela, quais Polos do crocodilo, quero é camisas amarelas e cordões de cabedal.
Se assim pensou, melhor o fez e munido de cartão de crédito eis que se passeia alegremente pelas lojas, passando freneticamente o dito plástico pelas ranhuras das maquinetas, para alegria geral dos lojistas, que isto de trabalhar à comissão requer muita ginástica.
Havia porem um pequeno senão.
Tendo-se esquecido da carteira na Pátria Lusa, não se fez rogado e fazendo orelhas moucas da velha máxima, "No money - No funny", eis que leva emprestado o cartão alheio.
Esqueceu-se foi de pedir ao dono.
Coisas que acontecem devido aos fusos horários. Normal.
O proprietário ao dar pela marosca, com a ajuda de um amigo vai de pedir gravações de segurança e eis que descobre o nosso amigo, qual shopaholic, num nirvana sem fim.
Detectada a coisa, faz-se o relato às autoridades competentes, bem como aos Druidas da CACA-OI.
Não havia nada a fazer, a CACA protege os seus, ainda mais quando se descobre que haveria fortes possibilidades do rapaz vir a conhecer por dentro os estabelecimentos de correcção indígenas.
Passa-se o rapaz para a camionagem ligeira, que não é nenhum bandido, e resolve-se assim o assunto até à marcação do curso.
Afixou-se em edital e a vida continuou.
O segundo caso era mais engraçado.
Um rapaz, alto, boa pinta, conversa mole, é raptado na noite insular.
Tocam as sirenes, não apareceu de manhã onde era esperado.
Tragédia diziam uns, foi deitado ao mar, que é esse o destino dos incautos e a bandidagem anda doida diziam outros.
A mulher, qual carpideira desesperada, apresenta-se de luto e chorosa, filhos a tira-colo e a dor da perda.
Os periódicos regionais param as rotativas. Primeira página.
Que tragédia, é o mundo em que vivemos, o respeito pela vida foi-se.
Uns culpavam a crise, outros a globalização do crime, outros a sociedade.
Num milagre, só comparável às aparições da Virgem, eis que o nosso amigo reaparece.
Qual D. Sebastião renascido, conta ter estado cativo por bandidos, daqueles dos filmes do Tarantino. Muito maus mesmo.
As autoridades não dormem e após algumas diligencias, descobrem vídeos de segurança, maldita sociedade de informação, e identificam os raptores.
Ou melhor, a raptora.
Vai-se a ver, rapariga saudável, de seios fartos e cabelos longos, que em nada indiciava as práticas da bandidagem.
Como prova da sua bandidice desmesurada, teve o desplante de manter o nosso amigo cativo num motel de terceira categoria.
Um nojo, ele que habituado estava a hotéis de bom nível, com Wc espelhados, camas grandes, Tv cabo e canais internacionais.
Viu-se aí a maldade da raptora, mas tudo estava bem pois o nosso herói tinha conseguido livrar-se das suas garras maléficas.
Old habits die hard e passado uns tempos, eis que volta a cair nas mãos de bandidos e a situação repete-se.
Passou a ser visto como um incauto, pois raptado uma vez ainda vá, mas duas é burrice.
Teve que ser marcado curso, que no seu caso incluiria sem dúvida lições de auto-defesa que isto na CACA não se brinca.
O terceiro caso era mais melindroso.
Uma rapariga problemática, com baixa auto-estima dedicava-se a procurar nas carteiras alheias a tão almejada paz interior.
As colegas levavam a mal e não entendiam esta sua busca do zen.
Gente de visão curta.
Além do mais, via-se desde à muito que consumia um xarope para a tosse que tomado em excesso causava alguns danos a prazo.
A CACA sabia, todos sabiam, mas enquanto o xarope não der confusão, vai andando.
Deu.
A CACA mandou-a a um centro em que iam aos poucos substituindo o xarope por outro do mesmo sabor, mas com receita médica.
Durou enquanto durou...
Sendo assim, mais uma candidata para o curso e a esta vai-se ensinar que xarope em excesso faz mal.
Os leitores já terão reparado na escolha repetida de 3 casos para relatar, deixando muitos outros de fora.
Tal deve-se apenas a questões de dinâmica e de espaço editorial.
Coisas de Autor.
Mas, voltando aos casos citados.
Um deles, enfim, acabou por desistir da vida de camionagem e dedicou-se às telecomunicações, tal não fosse, estaria decerto entre os contemplados.
Os outros dois acabaram por ser nomeados para a acção de enquadramento, pois a CACA tinha bem definidos os critérios de escolha dos participantes.
Ou não?

1 comentário:

  1. E aquele, do narizito a escorrer glóbulos e plasma devido a elevadas temperaturas que se faziam sentir na "Cidade Maravilhosa", e por isso mesmo, com a atmosfera carregada de pólens nocivos arrastados por ventos com origem noutros países do mesmo Continente. Pólens esses, que por vezes, em virtude da inexperiência, resultado do não enquadramento atempado num dos famosos cursos da CACA, vêem carregados de outros pólens, esses, resultado não da Mãe Natureza, mas de produtos secundários da indústria de construção civil Brasileira, entre os quais se contam a cal e o vidro moído, de efeitos reconhecidamente terapéuticos para as mucosas a que se dedicam os Otorrinos. Mas claro, na CACA sempre se estende a mão, e se abre a porta do fantástico objecto voador com centenas de passageiros a bordo ás ovelhas tresmalhadas.
    Lar, Doce Lar.

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