sábado, março 06, 2010

CABO - Cabine Associada & Bem Organizada

A CABO era a associação que defendia o pessoal que trabalhava na cabine das camionetes.
Tinha sempre sido um exemplo de como negociar com a classe dirigente, tendo conseguido ao longo dos anos inúmeras regalias.
Muitas delas, por vezes a reboque da UPA, mas a verdade é que iam singrando.
Normalmente o que a UPA conseguia com esforço e à troca de qualquer coisa, a CABO conseguia por osmose.
Mérito próprio apenas.
No entanto durante os últimos 6 anos a CABO tinha estado na mão de uma rapaziada malandreca.
Outrora defensores da plebe rude, ultimamente pareciam convencidos.
Convencidos que a LUZ era o caminho.
Mais uma vez a famigerada Luz.
Iam negociando algumas coisas, mas portavam-se mal, muito mal em certas situações.
Andavam vendidos, diziam as más-línguas.
O que é certo é que o mal estar era grande.
As pessoas andavam descontentes.
Num exemplo de malandrice, tinham aceite que a rapaziada que se iniciava nas lides, passasse a entrar pela sub-cave e não pelo R/c como acontecia até então.
Muito bonito...
Deste modo os contemplados tinham mais tempo livre para passear no parque, actividade ainda gratuita, ao invés de se passearem pelos shoppings da moda e supermercados, onde a qualidade do ar é reconhecidamente pior.
Zelavam pela saúde da meninada e não eram compreendidos. Uma injustiça.
No caso do acordo vital que estaria a ser negociado com a classe dirigente, a situação foi diferente.
Com a coisa bem encaminhada, eis que resolvem trocar a incerteza de um tesouro a médio prazo por algumas migalhas hoje.
Sai um dinheirinho que já ninguém esperava que o pessoal com um banho de loja alivia a pressão.
Este já cá canta, a baianada fica contente hoje, e amanhã quem cá estiver que se amanhe.
Sintomático.
No caso dos revoltosos cibernáuticos que incluía algum pessoal da CABO, tinha sido elucidativo.
Inicialmente que sim, estavam com eles, afinal a vida privada era a vida privada.
Depois de uns telefonemas superiores, pois e tal, realmente o problema da equação, sem perder de vista o factor limitativo de que e ainda....
Nem respostas às cartas.
Palavras para quê?
Agora chegara a hora da verdade.
A CABO teria eleições dentro de pouco tempo e a democracia teria a sua vez.
Quem sairia vencedor desta contenda era a questão.
Os que falam, falam e depois ai, ai, ai, ou os que têm coragem de vencer?
De um lado a continuação do estado de coisas, do outro a mudança.
Os descontentes diziam à boca cheia que queriam a mudança, mas tinham medo da inexperiência dos que a personificavam.
Chamberlain era experiente quando negociou com Hitler aquilo que apelidou de uma paz duradoura.
Ofereceu de bandeja a Checoslováquia, acreditando que seria a última exigência do bigodes.
Foi recebido em Londres com urras e vivas.
Passado pouco tempo tinha as suas cidades fustigadas por bombardeamentos certeiros.
Já Churchill era inexperiente quando assumiu funções e venceu a guerra, legado do seu antecessor, o tal da paz duradoura.
Churchill nunca se rendeu, nunca se vendeu.
Pediu suor, lágrimas e determinação.
No momento certo as teve e venceu.
O momento está a chegar.

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