domingo, julho 03, 2011

Army of One

Amigos ouvintes como tem vivido estes últimos tempos?
Espero que bem.
Não comunicamos já a algum tempo é verdade mas muito se tem passado.
O país mudou e os ares de mudança começam-se a fazer sentir.
Temos novo governo nesta pátria que nos pariu e pior não poderá ser.
Aquela rapaziada que saiu era mesmo duma incompetência atroz e dum esquemismo inqualificável.
O quê? A palavra “Esquemismo” não existe?
Têm razão, mas o blog é privado, não se insere em nenhum sector empresarial do estado e como tal permitam-me estes desvarios linguísticos.
Aliás sendo o blog privado, posso ter os desvarios linguísticos que desejar, posso indicar amigos para cargos no blog e posso até dar-lhes mais Kwanzas por me ajudarem na manutenção do mesmo.
Tudo porque é privado, se não fosse, não poderia como todos bem sabem...
Voltando ao Core da questão.
Esse tal governo de malfeitores que agora cessa funções, saiu mas deixou marcas.
E que marcas.
Marcas profundas na economia que ficou de rastos, na saúde que continua doente, na educação que está deseducada e mais que tudo, nos valores, moral e maneira de actuar perante os outros que estão pela hora da morte.
E isso alastrou meus Amigos, se alastrou.
Alastrou a vários sectores da sociedade e obviamente também às empresas.
Nas vossas não sei, mas na CACA entranhou-se como cultura.
Parece um vírus que foi chegando e entrando devagarinho, silencioso, como todos os vírus malignos e velhacos.
Não se iludam, a cultura que tomou de assalto a CACA nada tem a ver com a de outrora que poderia ter muitos defeitos mas prezava o individuo e o respeitava.
Geria com respeito pois sabia que o poder era sempre temporário e não era influenciada por uma qualquer cultura inspirada em coronéis de fazenda de Alagoas.
Esta que hoje existe na CACA não respeita nada.
Não respeita o saber alheio, a opinião contrária, bolas, não respeita nem os serviços prestados no passado e a idade e história de quem os prestou.
Não respeita ninguém e persegue os não-alinhados.
Os que acham que são respeitados desenganem-se.
São apenas suportados por serem da turminha do Lambe-Testículo e assim que não forem necessários ou que valores mais altos se levantem, serão descartados como outros com mais história e mais idade o foram.
E Porquê?
Porque esta cultura empresarial que se apoderou da CACA tenta criar um pensamento unificado em que o cinzentismo reine e em que os humanos se assemelhem a robots sem vida numa qualquer película de Fritz Lang.
É certo que tal já foi tentado no passado por outros maiores que estes, mas sempre com resultados catastróficos para as instituições e os seus criadores.
Eu, robots, sempre gostei daqueles que aspiram a casa sozinhos e que cozinham uma refeição inteira sem ajuda.
Quanto aos outros estou dispensado por motivos sanitários e de saúde pública.
Ordens médicas.
Mas dizia, é uma cultura que tem os seus alicerces assentes em esquemas, em amizades e com cada um dos intervenientes a tentar roubar o seu bocadinho do queijo.
Eu também gosto de queijo mas só como aquele que mereço, e quando os meus pares estão com pouco queijo, não acho bonito ir à despensa buscar mais.
Feitios...
Enfim, muita coisa se tem passado meus Amigos e muitas delas com requintes de bandidagem que fariam corar de inveja os melhores argumentistas de histórias de gangsters de Hollywood.
Daquelas películas com tipos com nomes como Baby Face, Flashing Ruby e Vinnie.
Vinnie, como todos sabem, é a sub-categoria de gangster, assemelhando-se muito a certos tipos que grassam na CACA.
É o mainato de serviço e que faz tudo por um biscoito.
O Vinnie claro...
Não vos nego que durante este meu defeso, tenho andado expectante a apreciar cada momento e a tirar notas, muitas notas.
My little black book.
São tantas que nem sei por onde começar.
Mas vou começar.
Tenho igualmente assistido ao nascimento de outras personalidades que utilizando métodos diferentes vão contando as suas histórias.
Confesso que me tenho divertido a lê-las e lá está, a tirar notas e mais notas.
Não falamos do mesmo, pois esses rapazes escrevem sobre vidas de glamour e eu como os Amigos Ouvintes sabem, escrevo sobre uma companhia de camionagem pobretanas.
Bem sei que as aventuras de uma companhia de camionagem poderão não ser a coisa mais interessante de ler, sem o brilho de outras vidas mas concerteza encontrarão pontos de encontro com as vossas.
Com isto tudo dito, só me resta agradecer as mensagens que tenho recebido para voltar ao activo e tentar dar um pouco mais da língua de Camões a quem me escuta.
Depois de um árduo trabalho de investigação eis que encontrei um texto fabuloso de um rapaz, Comandante de aviões na Continental Airlines, que julgo ser o mais apropriado para marcar este regresso às lides.
Comandante, para os que não sabem, é mais ou menos como Condutor-Principal nisto da camionagem, mas sem a parte gira dos tacógrafos e dos posters com raparigas de seios fartos colados na parte de trás da cabine de condução.
E come-se pior...
Adiante.
Como texto de introdução, aqui vos deixo "Army of One".
Este texto devido ao idioma original só conseguirá ser lido pelos Amigos Ouvintes que tenham feito a escolaridade mínima através do método antigo com programa de inglês regular aprovado.
Novas Oportunidades e domínio da língua de Shakespeare ao nível do Engenheiro que saiu, terão que esperar pela edição portuguesa.
Até já


I am an Army of One (or 2, or 300, ...)
I am an army of One - A Captain in the Continental Airlines army.
For years I was a loyal soldier in CAL army.
Now I fight my own war.
I used to feel valued and respected.
Now I know I am mere fodder.
They used to exhibit labor leadership.
Now they exploit legal loopholes.
They used to enjoy my maximum.
Now they will suffer my minimum.
I am an army of One.

I used to save a thousand pounds of fuel per leg; finding the best FL, getting direct routing, throttling back when on-time was made, skimping during ground ops, adjusting for winds, being smart and giving the company every effort I could conjure.
Now, it's "burn baby, burn".
I used to call maintenance while airborne, so the part would be ready at the gate. Now, they'll find the write-up when they look in the book.
I used to try to fix problems in the system.
Now I sit and watch as the miscues pile up.
I used to fly sick.
Now I use my sick days, on short notice, on the worst day of the month.
I am an army of One.

I used to start the APU at the last possible moment.
Now my customers enjoy extreme comfort.
I used to let the price of fuel at out-stations affect my fuel orders.
I still do...
I used to cover mistakes by operations.
Now I watch them unfold.
I used to hustle to ensure an on-time arrival, to make us the best.
Now I do it for the rampers and agents who need the bonus money.
But this too may change.

I used to call dispatch for rerouting, to head off ground delays for bad weather. Now I collect overs, number 35 in line for takeoff.

I am on a new mission - to demonstrate that misguided leadership of indifference and disrespect has a cost.
It's about character, not contracts.
It's about leading by taking care of your people instead of leadership by bean counters (an oxymoron).
With acts of omission, not commission, I am a one-man wrecking crew.
An army of One.
My mission used to be to make the company rich.
Now it's to make the company pay.
I will make them pay.

When they under-staff bases and over-work reserves to keep pilots downgraded, down-flowed, or downtrodden.
I will make them pay.

When over-booked customers are denied boarding system wide, while jets are parked in the desert.
I will make them pay.

When they force pilots, who have waited 12 years to become captains, to be FOs again I will make them pay.

When they ask pilots to show leadership at Express, and then deny them longevity.
I will make them pay.

When they constantly violate the letter and spirit of our contract - a contract that's a bargain by any measure, and force us to fight lengthy grievances.
I will make them pay.

My negotiating committee speaks for me, but I act on my own.
I am a walking nightmare to the bean counters that made me.
Are you listening?
This mercenary has a lot of years left with this company.
How long can you afford to keep me bitter?

I'm not looking for clauses in a contract, I'm looking for a culture of commitment and caring.
When I see it, I'll be a soldier for CAL again.
Until then, I am an Army of One.
And I'm not alone


E nós?
Vamos deixar que os druidas da CACA nos roubem a respeito, a dignidade, e mais que isso, a alegria de conduzir?
Vamos permitir que as nossas condições piorem para que as deles sejam melhoradas com base em justificações sem nexo?
Vamos querer e acreditar ou vamos desistir do nosso caminho?
Vamos ou não vamos ser cada um "A Army of One"
Eu já me decidi.


7 comentários:

  1. " I'm an Army of One, and I'm not Alone!"
    Excelente texto!

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  2. Há muito tempo que sou um legionário deste exército. Aliás, deveríamos usar como lema o dos Anonymous:
    We are Anonymous. We are Legion. We do not forgive. We do not forget. Expect us.

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  3. la la la la la ..la la la ... voces são um army of one eu já estou na escola dos SEALS.. técnicas inovadoras surgem a cada dia, mais e mais miséria for the "japs"... enganei me isso foi há 60 anos.. estes são mesmo só "zucas" e seu army de druidas lacaios mas tambem vão sentir na pele.. Mas não ataquem muito o "generau" pois muitos de nós ainda se deslumbram com tal personagem.. O homem tem o "toque de midas" ... mas ao contrario. Estudem o que esse senhor fez pois tirando o barracão dos ultra-leves lá na foz do Iguaçu tudo o que tocou.. fedeu..Mas viva o ZÉ POVINHO português para quem tudo é melhor quando vem de fora!!!Para os druidas foi!Assinado: O van damme de chelas (special ops)

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  4. Caro Rato,
    Chateia-me um pouco a tua prosa, após uns mesitos sem nada para os amigos -nem um postalito-, e chateia-me porque me tenho que rever como o Captain da Continental, e encarar o facto, relembrado por ti (logo agora nas férias) que "vivemos" numa companhia (c pequeno) manobrada por trapaceiros típicos das feiras da província com falta de dentes, iguais aos da laia do engenheiro, agora filósofo em Paris. chefes (lá estou eu com as letras pequenas!) que não são mais que uns marçanos que voaram ao meu lado, durante anos, e bem me enganaram com aquele ar "esforçado". Agora o esforço passou para nós, enquanto os glutões, alguns com o seu ar enfezadinho de bailarino, mas sempre com qualidade :-), se empanturram. Sei bem, que á custa de uns enxovalhos do "DSK", chefe da secção de Camionagem na CACA. Que bem urra com os serviçais, imitando o carácter do senhor do FMI caído em desgraça, quando era estimulado por odores femininos na sua coutada. Mas tudo tem um preço, e com uns Kuanzas ainda se limpam as réstias de dignidade, a existirem algumas...? E com aquele sotaqui á genti aguenta né? Mas enfim o esforço quando não tem um Boostzito lá de onde devia vir, assume um carácter de inglório e depois perde-se, e como se vê, a coisa depois traduz-se em gastos de todo o tipo, físico que leva ao mental e o mental leva ao alheamento da missão! O resultado: -Uma aturada pesquisa, complementada por análise profunda de qualquer método e modus operandi, resultado da minha preocupação, para em qualquer leg, ir além do que se publica na CACA, para que os nosso chefes possam receber a sua gratificação merecida no fim do ano, e nós mais um e-mail patético a louvar o profissionalismo da classe dos pilotos, sem os quais não teria sido po$$ív....! Os passageiros merecem o conforto neste verão tão cinzento. E eu também.

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